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segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Se há eleitos, há eleição! - Por Charles H. Spurgeon






Ora, se as pessoas são chamadas de eleitas, então deve haver eleição. Se Jesus Cristo e seus apóstolos são acostumados a chamar os crentes pelo título de eleitos, certamente acreditamos que eles o sejam, a menos que o termo nada signifique. Jesus Cristo disse: 

"Não tivesse o Senhor abreviado aqueles dias, e ninguém se salvaria; mas, por causa dos eleitos que ele escolheu, abreviou tais dias."
 (Marcos 13:20) 

"Então, se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo! Ou: Ei-lo ali! Não acrediteis; pois surgirão falsos cristos e falsos profetas, operando sinais e prodígios, para enganar, se possível, os próprios eleitos." 
(Marcos 13:22)

"E ele enviará os anjos e reunirá os seus escolhidos dos quatro ventos, da extremidade da terra até à extremidade do céu."
 (Marcos 13:27)

"Não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e noite, embora pareça demorado em defendê-los?" (Lucas 18:7) 


Em conjunto com mais outras passagens que poderiam ser selecionadas, onde tanto o termo "eleito", ou "escolhido", ou "preordenado", ou "apontado" é mencionado; ou a frase "minhas ovelhas" ou alguma designação similar, mostrando que o povo de Cristo é distinto do resto da humanidade.


Mas vocês têm concordâncias, e eu não vou lhes dar mais problemas com textos. Através das epístolas, os santos são constantemente denominados "os eleitos". Em Colossenses encontramos Paulo dizendo: "... pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia". Quando ele escreve a Tito, ele mesmo se chama, "Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus Cristo, para promover a fé que é dos eleitos de Deus". Pedro diz: "eleitos, segundo a presciência de Deus Pai". E se você vai para João, descobrirá que ele é afeiçoado ao termo. Ele diz: "O presbítero à senhora eleita"; e ele fala da nossa "irmã, a eleita". E sabemos onde isso está escrito: "Aquela que se encontra em Babilônia, também eleita". Eles não se envergonhariam desse termo hoje em dia; não tinham medo de falar disso. 

Atualmente esse termo tem sido revestido de uma diversidade de sentidos, e as pessoas têm mutilado e estragado a doutrina, e assim transformado-a numa verdadeira doutrina de demônios, tenho que admitir; e muitos do que se chamam crentes, têm que se intitular antinomistas. Não obstante esse fato, por que eu me envergonharia disso, se o homem o corrompe? Amamos a verdade divina tanto na tormenta quanto na bonança. Se há um mártir pelo qual temos amor antes de ele ser torturado, deveríamos amá-lo mais ainda quando ele está livre. Quando a verdade divina é desenvolvida na tribulação, não a chamamos de falsidade. Não a apreciamos para vê-la na tribulação, porque podemos discernir como deveria ser, mutatis mutandis, se ela não tivesse ido para a masmorra e torturada pela crueldade e pelas maquinações humanas. Se você vir a ler algumas das epístolas dos Pais da Igreja, você os descobrirá sempre se referindo ao povo de Deus como "eleito". Realmente, nas conversas do dia a dia, o termo usado entre as igrejas dos cristãos primitivos para uma outra era "eleito". Eles frequentemente usavam o termo para os demais, demonstrando que era geralmente aceito que todo o povo de Deus era manifestamente "eleito".


Mas vamos agora para os versículos que provam a doutrina de modo afirmativo. Abram suas Bíblias em João 15:16, e vejam que Jesus Cristo escolheu seu povo, pelo que diz: "Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda." E no versículo 19: "Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia." E no capítulo 17, versículos 8 e 9: "porque eu lhes tenho transmitido as palavras que me deste, e eles as receberam, e verdadeiramente conheceram que saí de ti, e creram que tu me enviaste. É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus".

Vá para Atos 13:48: "Os gentios, ouvindo isto, regozijavam-se e glorificavam a palavra do Senhor, e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna." Eles poderiam ter omitido essa passagem, se quisessem, mas ela diz: "destinados para a vida eterna" no original tão patente quanto possível; e não nos importamos sobre os diferentes comentários existentes por aí. Vocês por pouco não precisam ser lembrados de Romanos 8, porque eu acredito que todos já estão bem familiarizados com esse capítulo e atualmente o entendem. Nos versículos 29 e seguintes ele diz: 


"Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou. Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas? Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus?"
 

Seria desnecessário repetir o contexto do nono capítulo de Romanos. Tão certo quanto aquela [doutrina] se encerra na Bíblia, nenhum homem será capaz de provar o Arminianismo; tão certo quanto aquela [doutrina] está lá escrita, nem as mais violentas deturpações da passagem vão ser capazes de exterminar, das Escrituras, a doutrina da eleição. Permitam-nos ler versos como esses: "E ainda não eram os gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para que o propósito de Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama), já fora dito a ela: O mais velho será servo do mais moço." Então leia no versículo 22, "Que diremos, pois, se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita longanimidade os vasos de ira, preparados para a perdição, a fim de que também desse a conhecer as riquezas da sua glória em vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão" Então vá para Romanos 11:7: "Que diremos, pois? O que Israel busca, isso não conseguiu; mas a eleição o alcançou; e os mais foram endurecidos" No quinto versículo do mesmo capítulo, lemos: "Assim, pois, também agora, no tempo de hoje, sobrevive um remanescente segundo a eleição da graça"


Vocês, sem dúvida, vão se lembrar da passagem de I Coríntios 1:26-29: "Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus." Novamente, lembrem-se da passagem de I Tessalonicenses 5:9: "porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo"


Então vocês têm meu texto, que creio ser o bastante; mas, se precisam de mais, poderão encontrá-las com mais vagar, se já tiverem removido sua desconfiança de que essa doutrina seja verdadeira.

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Fonte: spurgeon.org
Tradução: Josemar Bessa



domingo, 12 de outubro de 2014

A Reforma como Movimento Religioso - Rev. Hermisten Maia.





“Nos fins da Idade Média pesava na alma do povo uma tenebrosa melancolia”, constata o holandês Huizinga (1872-1945). [12] Os séculos anteriores a Reforma são descritos como período de grande ansiedade. [13]

Lutero (1483-1546) e as suas famosas angústias espirituais espelhavam “a epítome dos medos e das esperanças de sua época.” [14] Calvino, ainda que não sendo dominado por esse sentimento, refletia uma constatação natural: a fragilidade humana. Sobre os perigos próprios da vida, relaciona:


Incontáveis são os males que cercam a vida humana, males que outras tantas mortes ameaçam. Para que não saiamos fora de nós mesmos: como seja o corpo receptáculo de mil enfermidades e dentro de si, na verdade, contenha inclusas e fomente as causas das doenças, o homem não pode a si próprio mover sem que leve consigo muitas formas de sua própria destruição e, de certo modo, a vida arraste entrelaçada com a morte.


Que outra cousa, pois hajas de dizer, quando nem se esfria, nem sua, sem perigo? Agora, para onde quer que te voltes, as cousas todas que a teu derredor estão não somente não se mostram dignas de confiança, mas até se afiguram abertamente ameaçadoras e parecem intentar morte pronta. Embarca em um navio: um passo distas da morte. Monta um cavalo: no tropeçar de uma pata a tua vida periclita. Anda pelas ruas de uma cidade: quantas são as telhas nos telhados, a tantos perigos estás exposto. Se um instrumento cortante está em tua mão ou de um amigo, manifesto é o detrimento. A quantos animais ferozes vês, armados estão-te a destruição. Ou que te procures encerrarem bem cercado jardim, onde nada senão amenidade se mostre, ai não raro se escondera uma serpente. Tua casa, a incêndio constantemente sujeita, ameaça-te pobreza durante o dia, durante a noite até mesmo sufocação. A tua terra de plantio, como esteja exposta ao granizo, a geada, a seca e a outros flagelos, esterilidade te anuncia e, dela a resultar, a fome. Deixo de referir envenenamentos, emboscadas, assaltos, a violência manifesta, dos quais parte nos assedia em casa, parte nos acompanha ao largo.


Em meio a estas dificuldades, não se deve o homem, porventura, sentir assaz miserável, como quem na vida apenas semivivo, sustenha debilmente o sôfrego e lânguido alento, não menos que se tivesse uma espada perpetuamente a impender-lhe sobre o pescoço? [15]


Não há parte de nossa vida que não se apresse velozmente para a morte. [16]


E o que mais somos nós senão um espelho da morte? [17]


Pascal mais tarde constataria que “Só o homem é miserável” [18] e, ao mesmo tempo grande, porque “ele se conhece miserável.” [19]


No entanto, Calvino não termina o seu argumento numa descrição “existencialista” da vida, mas, na certeza própria de um coração dominado pela Palavra de Deus. Assim, ele conclui falando da “incalculável felicidade da mente piedosa.”[20] “Quando, porém, essa luz da Divina Providência uma vez dealbou ao homem piedoso, já não só está aliviado e libertado da extrema ansiedade e do temor de que era antes oprimido, mas ainda de toda preocupação. Pois assim como, com razão, se arrepia de pavor da sorte, também assim ousa entregar-se a Deus com plena segurança.”[21]


Calvino admite que para qualquer lado que olharmos encontraremos sempre desespero, até que tornemos para Deus, em Quem encontramos estabilidade no meio de um mundo que se corrompe. [22] A Reforma Protestante do século 16 foi um movimento eminentemente religioso [23] e teológico [24] (pelo menos em sua origem); [25] estando ligada a insatisfação espiritual de dezenas de pessoas - que certamente expressavam o sentimento de milhares de outras anônimas - que através dos tempos não encontravam na igreja romana espaço para a manifestação de sua fé nem alimento para as suas necessidades espirituais. As insatisfações não visam criar uma nova igreja mas, sim, tornar a existente mais bíblica. Portanto, a Reforma deve ser vista não como um movimento externo mas, sim, como um movimento interno por parte de “católicos” piedosos [26] - que diga-se de passagem, ao longo dos séculos tinham manifestado a sua insatisfação, quer através do misticismo, [27] quer através de uma proposta mais ousada que desejavam reformar a sua Igreja, revitalizando-a, transformando-a na Igreja dos fieis.


Todavia, não podemos nos esquecer que as mudanças causadas pelo Renascimento e Humanismo contribuíram para ela; afinal, a Reforma ocorreu na história, dentro das categorias tempo e espaço, onde o homem está inserido. Isto não diminui as causas e muito menos o valor intrínseco da Reforma; pelo contrário, vem apenas demonstrar o que a Palavra de Deus ensina e no que creram os reformadores: Deus é o Senhor da história. De fato, o que é a história, senão o palco onde Deus efetiva o Seu Reino?! “A chave da história do mundo é o Reino de Deus.” [28] Toda a relação “natural histórico” não e casual nem cegamente determinada: É dirigida por Deus, o Senhor da História. [29] O propósito de Deus na história como realidade presente faz parte da essência de nossa fé. [30]


A concepção da Reforma como um movimento originariamente religioso não implica na compreensão de que ela esteve restrita a apenas esta esfera da realidade; pelo contrário, entendemos que a Reforma foi um movimento de grande alcance cultural, institucional, social e politico na história da Europa [31] e, posteriormente, em todo o Ocidente. A amplitude da influência da Reforma em diversos setores da vida estava implícita em sua própria constituição: Era impossível alguém abraçar a Reforma apenas no campo da religião e continuar em tudo o mais a ser um homem de uma ética medieval, com a sua perspectiva da realidade e prática intocáveis. A Reforma em sua própria constituição era extremamente revolucionaria: “A Reforma ocupou, e deve continuar a ocupar, um legítimo e significativo lugar na história das ideias,” [32] Não deixa de ser significativo o testemunho de dois estudiosos católicos, Abbagnano e Visalberghi, quando afirmam que a “contribuição fundamental a formação da mentalidade moderna foi a reforma religiosa de Lutero e Calvino.” [33]


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Notas:
[12] Johan Huizinga, O Declínio da Idade Média, São Paulo, Verbo/EDUSP., 1978, p. 31.
[13] Vd. Johan Huizinga, O Declínio da Idade Média, passim. Tillieh denomina a ansiedade predominante nos fins da Idade Média de “ansiedade moral” e “ansiedades da culpa e da condenação.” (Paul Tillich, A Coragem de Ser, pp. 44 e 45). Ver também: Paul Tillich, A Coragem de Ser, 44ss; Paul Tillich, História do Pensamento Cristão, p. 210ss; Rollo May, O Significado de Ansiedade, Rio de Janeiro, Zahar, 1980, p. 175ss; Timothy George, A Teologia dos Reformadores, p. 25ss; Jean Delumeau , História do Medo no Ocidente: 1300-1800, uma cidade sitiada. 2' reimpressão, São Paulo, Companhia das Letras, 1993, passim.
[14] Timothy George, A Teologia dos Reformadores, p. 26
[15] João Calvino, As Institutas, 1.17.10. Em outro lugar: “Se considerarmos a enorme quantidade de acidentes aos quais estamos sujeitos, veremos o quão necessários e exercitarmos nossa mente desta maneira.” “Enfermidades de todos os tipos tocam nossos debeis corpos, uma atrás da outra: ou a pestilencia nos enclausura, ou os desastres da guerra nos atormentam.” “Em outra ocasião, as geadas e os granizos destroem nossas colheitas, e ainda somos ameaçados pela escassez e a pobreza.” “Em vista destes acontecimentos, as pessoas maldizem suas vidas, e até o dia em que nasceram; culpam o sol e as estrelas, e ainda censuram e blasfemam a Deus, como se Ele fora cruel e injusto.” (João Calvino, A Verdadeira Vida Cristã, São Paulo, Novo Século, 2000, p. 43).
[16] João Calvino, O Livro dos Salmos, São Paulo, Parakletos, 2002, Vol. 3, (Sl. 102.25), p. 585.
[17] João Calvino, O Livro dos Salmos, Vol. 3, (Sl 102.26), p. 586.
[18] Blaise Pascal, Pensamentos, São Paulo, Abril Cultural, (Os Pensadores, Vol. XVI), 1973, V1.399. p. 136.
[19] Blaise Pascal, Pensamentos, V1.397. p. 136. “O homem nao passa de um canico, o mais fraco da natureza, mas e um canico pensante. Não é preciso que o universo inteiro se arme para esmagá-lo: um vapor, uma gota de água, bastam para mata-lo. Mas, mesmo que o universo o esmagasse, o homem seria ainda mais nobre do que quem o mata, porque sabe que morre e a vantagem que o universo tem sobre ele; o universo desconhece tudo isso.” (Blaise Pascal, Pensamentos, VI.347. p. 127-128).
[20] João Calvino, As Institutas, 1.17.10.
[21] João Calvino, As Institutas, I.I7.11. “ ... o homem crente e fiel e levado a contemplar, mesmo nessas coisas, a clemencia de Deus e Sua bondade paternal. E assim, ainda que se sinta consternado pela morte de todos os que lhe são chegados e veja sua casa deserta, não deixara de bendizer a Deus. Antes se dedicara a meditar: Visto que a graça de Deus habita em sua casa, não a deixara triste e vazia; ainda que as suas vinhas e suas lavouras sejam destruídas pela geada, pela saraiva ou por qualquer outro tipo de tempestade, prevendo-se por isso o perigo de fome, ainda assim ele não perdera o animo e não ficara descontente com Deus. Em vez disso, persistira em sua firme confiança, dizendo em seu coração: Apesar disso tudo, estamos sob a proteção de Deus, somos ‘ovelhas de sua mão’ e ‘rebanho do seu pastoreio’. Por mais grave que seja a improdutividade da terra, Ele sempre nos dará o sustento. Mesmo que o crente padeça enfermidade, não se deixara abater pela dor nem se deixara arrastar pela impaciência e queixar-se de Deus. Ao contrário, considerando a justiça e a bondade do Pai celestial nos castigos que nos ministra, o crente fiel se deixará dominar pela paciência.” [João Calvino, As Institutas, (1541), IV. 17].
[22] João Calvino, O Livro dos Salmos, Vol. 3, (Sl. 102.26), p. 586.
[23] Vd. Andre Bieler, O Pensamento Econômico e Social de Calvino, São Paulo, Casa Editora Presbiteriana, 1990, pp. 43, 67; Andre Bieler, A Força Oculta dos Protestantes, São Paulo, Editora Cultura Crista, 1999, pp. 49-51; David S. Schaff, Nossa Crença e a de Nossos Pais, 2” ed. São Paulo, Imprensa Metodista, 1964, p. 66; Felipe Fernandez-Armesto & Derek Wilson, Reforma: O Cristianismo e o Mundo 1500-2000, Rio de Janeiro, Record, 1997, p. 11; Timothy George, A Teologia dos Reformadores, p. 20. O filosofo católico Batista Mondin disse: “A Reforma protestante foi um acontecimento essencialmente religioso, mas causou ao mesmo tempo profundas transformações politicas, sociais, econômicas e culturais.” (B. Mondin, Curso de Filosofia, São Paulo, Paulinas, 1981, Vol. II, p. 27). Em outro lugar reafirma: “Como dissemos no início do capitulo, a Reforma protestante foi antes e acima de tudo um acontecimento religioso. Em consequência disso, ela deve ser estudada e julgada segundo critérios religiosos, mais precisamente, segundo os critérios da fé cristã, cujo espirito original a Reforma se propunha restabelecer.” (B. Mondin, Curso de Filosofia, Vol. II, p. 41). O antigo professor de História Eclesiástica da Universidade de Yale, Roland H. Bainton (1894-?), diz que “A Reforma foi acima de tudo um reavivamento da religião.” [Roland H. Bainton, The Reformation o fth e Sixteenth Century, Boston, Massachusetts, Beacon Press. 1985 (Enlarged Editon), p. 3].
[24] Partilho da ideia de Tom Nettles, de que “Tentativas de Reforma através do tratamento de dimensões morais, espirituais e eclesiológicas, ignorando a teologia, sempre falharam.” (Tom Nettles, Um Caminho Melhor: Crescimento de Igreja através de reavivamento e reforma: ln: Michael Horton, org. Religião de Poder, São Paulo, Editora Cultura Cristã, 1998, p. 134).
[25] Vd. A. Bieler, O Pensamento Econômico e Social de Calvino, pp, 47-48; Andre Bieler, A Força Oculta dos Protestantes, pp. 50-51.
[26] Vd. Emile G. Leonard, O Protestantismo Brasileiro, 2a ed. Rio de Janeiro/Sao Paulo, JUERP/ASTE, 1981, pp. 27-28; Felipe Fernandez-Armesto & Derek Wilson, Reforma: O Cristianismo e o Mundo 1500-2000, pp. 10-11.
[27] Lutero, por exemplo, foi grandemente influenciado por Agostinho (354-430), Mestre Eckhart (c. 1260- c. 1327) (Vd. Paul Tillich, História do Pensamento Cristão, p. 188), Johannes Tauler (c. 1300-1361) - a quem se refere com grande apreço - (Vd, Obras Selecionadas de Martinho Lutero, São Leopodo/Porto Alegre/RS., Sinodal/Concórdia, 1987, Vol. I, p. 98; Ph. J. Spener, Mudança para o Futuro: Pia Desideria, Curitiba, PR./São Bernardo do Campo, SP., Encontrão Editora/Instituto Ecumênico de Pós-Graduação em Ciências da Religião, 1996, p. 112ss) e Johannes von Staupitz (c. 1465-1524), este, que antes da Reforma, era seu mestre, amigo e incentivador. (Vd. Philip Schaff, History o fth e Christian Church, Vol. VIII, p. 259).
[28] D. Martyn Lloyd-jones, Do Temor à Fé, Miami, Editora Vida, 1985, p. 23. “As nações podem levantar-se e cair, todavia o plano de Deus prossegue, firme e sem interrupção.” (D. Martyn Lloyd-Jones, /4.v Insondáveis Riquezas de Cristo, São Paulo, PES., 1992, pp. 69-70). M Vd. Benjamin Wirt Farley, “A Providência de Deus na Perspectiva Reformada” : ln: Donald K. Mckim, org. Grandes Temas da Tradição Reformada, São Paulo, Pendão Real, 1999, p. 74.
[29] Veja-se A.A. Hoekema, A Bíblia e o Futuro, São Paulo, CEP. 1989, p. 39ss. “O Reino de Deus e no Novo Testamento, a vida e a meta do mundo que correspondem as intenções do Criador.” (Karl Barth, La Ora tion , Buenos Aires, La Aurora, 1968, p, 51).
[30] Aliás, este e o pressuposto fundamental do jovem brilhante estudioso, Alister McGrath. (Vd. Alister E. McGrath, The Intellectual Origins o fThe European Reformation, p. 4).
[31] Alister E. McGrath, The Intellectual Origins o f The European Refonmition, p. 4.
[32] N. Abbagnano & A. Visalberghi, Historia de la Pedagogia, Novena reimpresion, México, Fondo de Cultura Econômica, 1990, p. 253.
[33] Alister E. McGrath, The Intellectual Origins o f The European Refonmition, p. 4.
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Fonte: COSTA, Hermisten M.P. Raízes da teologia contemporânea – São Paulo: Cultura Cristã, 2004. Págs.: 73-77.