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quinta-feira, 31 de julho de 2014

Desde a eternidade Deus tem um plano imutável. – A.A.Hodge (1823-1886)





Como Criador e Governador infinitamente inteligente e providente, Deus certamente teve um propósito definido com referência à existência e destino de tudo quanto criou, compreendendo em um só sistema todo-perfeito seu fim principal nesse particular e todos os fins e meios subordinados em referência a esse fim principal. E já que ele é um Ser eterno e imutável, seu plano certamente existiu em todos os seus elementos, perfeito e imutável, desde a eternidade. Visto ser Deus uma Pessoa infinita, eterna, imutável e absolutamente sábia, poderosa e soberana, certamente que seu propósito participa dos atributos essenciais de seu próprio ser. E visto que a inteligência de Deus é absolutamente perfeita e seu plano eterno; visto que seu fim último é revelado como que almejando unicamente sua própria glória, e toda a obra da criação e da providência é observada como a formar um sistema único, segue-se que seu plano é também único — uma intenção todo-compreensiva, provida de todos os meios e condições, bem como dos fins predestinados.

O plano de Deus compreende e determina todas as coisas e eventos de todo gênero que venham suceder.

Isso se faz infalível à luz do fato de que todas as obras de Deus, da criação e da providência, se constituem num sistema.

Nenhum evento é isolado, quer no mundo físico quer no mundo moral, quer no céu quer na terra. Todas as revelações super-naturais de Deus, e cada avanço da ciência humana, corroboram para tornar esta verdade conspicuamente luminosa. Daí a intenção original que determina um evento deve também determinar todos os outros eventos relacionados a ela, como causa, condição, ou conseqüente, direto e indireto, imediato ou remoto. Por isso, o plano que determina os fins gerais deve também determinar até mesmo o elemento mais minúsculo compreendido no sistema do qual esses fins são partes. As ações livres de agentes livres constituem um elemento eminentemente importante e efetivo no sistema de coisas. Se o plano de Deus não determinou eventos dessa classe, ele não poderia ter feito nada certo, e seu governo do mundo seria feito contingente e dependente, e todos os seus propósitos, falíveis e mutáveis.

As Escrituras expressamente declaram essa verdade:

a.       De todo o sistema em geral. Ele "opera todas as coisas segundo o conselho de sua própria vontade". Ef 1.11.

b.      Dos eventos fortuitos. Pv 16.33; Mt 10.29,30.

c.       Das livres ações dos homens. "Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do Senhor, que o inclina a todo o seu querer." Pv 21.1. "Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas." Ef 2.10. "Porque Deus é quem opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo sua boa vontade." Fp 2.13.

d.      Das ações pecaminosas dos homens. "A este que foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, prendestes, crucificastes e matastes pelas mãos de injustos." At 2.23. "Porque verdadeiramente contra o teu Santo Filho Jesus, que tu ungiste, se juntaram, não só Herodes, mas Pôncio Pilatos, com os gentios e os povos de Israel; para fazerem tudo o que tua mão e teu conselho tinham anteriormente determinado que se havia de fazer." At 4.27-28. Compare-se Gn 37.28 com Gn 45.7-8; Is 10.5.

Deve lembrar-se, contudo, que o propósito de Deus com respeito aos atos pecaminosos dos homens e anjos réprobos, em nenhum aspecto causa o mal nem o aprova, mas apenas permite que o agente mau o realize, e então o administra para seus próprios sapientíssimos e santíssimos fins. O mesmo decreto infinitamente perfeito e autoconsistente ordena a lei moral que proíbe e condena todo o pecado, e ao mesmo tempo permite sua ocorrência, limitando e determinando o canal preciso ao qual ele se confinará, o fim preciso ao qual se dirigirá e governando suas conseqüências para o bem. "Vós bem intentastes mal contra mim; porém Deus o intentou para o bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida." Gn 50.20.

Esse propósito todo-compreensivo não é condicional, nem no todo nem em qualquer de seus elementos constituintes. Em nenhum aspecto sua presciência depende de eventos não compreendidos em e determinados por seu propósito. Ele é absolutamente soberano, dependendo somente do "sábio e santo conselho de sua própria vontade".

Uma distinção bastante óbvia deve sempre ser mantida em mente entre um evento ser condicionado a outros eventos, e o decreto de Deus, com referência a esse evento, ser condicionado. Os calvinistas crêem, como todos os homens deveriam, que todos os eventos no sistema de coisas dependem de suas causas e são pendentes de condições. Isto é, se um homem não semeou, também não colherá; se semeou, e todas as influências climáticas favoráveis agem, ele colherá. Se um homem crê, ele será salvo; se não crê, também não será salvo. Mas o propósito todo-compreensivo de Deus abarca e determina a causa e as condições, tanto quanto o evento interrompido nelas. O decreto, em vez de alterar, determina a natureza dos eventos e suas relações mútuas. Ele faz as ações livres, livres em relação aos seus agentes; e os eventos contingentes, contingentes em relação às suas condições. Enquanto que, ao mesmo tempo, ele faz todo o sistema de eventos, e muitos elementos envolvidos nele, infalivelmente futuros. Decreto absoluto é aquele que, enquanto pode determinar muitos eventos condicio-nais, determinando suas condições, ele mesmo não é interrompido em nenhuma condição. Decreto condicional é aquele que determina que certo evento acontecerá sob a condição que algum outro evento não decretado aconteça, a que evento não decretado o próprio decreto, tanto quanto o evento decretado, se acha pendente.

Os decretos de Deus são incondicionais.

Todos quantos crêem num governo divino concordam com os calvinistas em que os decretos de Deus relativos aos eventos produzidos por causas necessárias são incondicionais. O único debate se relaciona aos decretos que são concernentes às livres ações dos homens e dos anjos. Os socinianos e racionalistas mantêm que Deus não pode infalivelmente prever as livres ações, porque à luz de sua própria natureza elas são incertas até que sejam realizadas. Os arminianos admitem que ele infalivelmente as prevê, mas negam que ele as determine. Os calvinistas afirmam que ele as prevê como infalivelmente futuras, porque ele determinou que elas assim o fossem.

A veracidade do ponto de vista calvinista prova-se:

À luz do fato de que, como demonstrado supra, os decretos de Deus determinam todas as classes de eventos. Se cada evento que vem a lume é preordenado, é evidente que não há nada indeterminado sobre o qual o decreto pudesse ser condicionado.

Porque os decretos de Deus são soberanos. Isso é evidente — (a) Porque Deus é o eterno e absoluto Criador de todas as coisas. Todas as criaturas existem, e são o que são, e possuem as propriedades peculiares a elas, e agem sob as próprias condições em que agem, em obediência ao plano divino, (b) É diretamente afirmado na Escritura. Dn 4.35; Is 40.13-14; Rm 9.15-18; Ef 1.5.

O decreto de Deus inclui e determina os meios e condições dos quais os eventos dependem, tanto quanto dos eventos propriamente ditos: "Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis." Ef 1.4. "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós, é o dom de Deus." Ef 2.8. "Deus desde o princípio vos elegeu para a salvação, pela santificação do Espírito e fé da verdade." 2 Ts 2.13. No caso do naufrágio de Paulo, Deus primeiramente prometeu a Paulo que absolutamente nenhuma vida se perderia. At 27.24. Paulo, porém, disse, no versículo 31: "Se estes não ficarem no navio, não podereis salvar-vos."

As Escrituras declaram que a salvação de indivíduos está condicionada ao ato pessoal de fé, e ao mesmo tempo que o decreto de Deus com respeito à salvação dos indivíduos repousa tão-só em "o conselho de sua própria vontade", "seu próprio beneplácito". "Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama)." Rm 9.11. "Sendo predestinados segundo o propósito daquele que opera todas as coisas segundo o conselho de sua própria vontade." Ef 1.11; 1.5; Mt 11.25-26.

Fontes – O calvinista. - 31/07/2014




quarta-feira, 30 de julho de 2014

Predestinação um ensino genuinamente bíblico.






Lutero, Calvino, Knox, Owen, Edwards, Spurgeon e muitos outros cristãos reformados ensinaram que a salvação é uma ação soberana de Deus e que o Livre-Arbítrio não existe. As Escrituras deixam isso claro:

Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo; Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade.” Efésios 1: 3-5 (ACF)

Com esse texto, gostaria de reiterar o posicionamento reformado que tem sido ao longo dos séculos um mergulho na Palavra afim de que o Deus Trino revelado nos escritos sagrados seja glorificado entre os homens. E o ponto central de toda controvérsia é a Predestinação. Segundo a Bíblia, e não Calvino como muitos pensam, Deus elegeu aqueles que seriam salvos antes da fundação do mundo. As correntes contrárias dizem que o homem tem participação no que tange a salvação. Será mesmo? Vamos um pouco mais fundo.

Por que não escolhemos a Deus?

1. Porque estávamos mortos espiritualmente: Ef 2:1 e 5; Gn 2:17. Quando Adão e Eva pecaram, a humanidade continuou sendo a imagem de Deus, só que manchada pelo pecado; como uma folha em branco que depois de amassada ela continua branca, só que toda amarrotada, perdeu sua originalidade, a sua beleza. Em Tiago 3.9 diz sobre a imagem de Deus, e o “Homem” ali no grego é anthropos que quer mostrar que toda a humanidade – logo, toda a humanidade tem a imagem de Deus só que manchada pelo pecado. Isso é o que chamamos de “Queda.” Tem quem pense que a queda, no máximo, quebrou as pernas do homem, e mesmo se arrastando ele pode se reaproximar de Deus. Não! A queda nos matou espiritualmente e morto não vai pra lugar algum a não ser que seja vivificado. Em Efésios 2:4 Paulo diz que Deus nos trouxe para a vida. A iniciativa partiu dele. Não é a toa que as Escrituras denominem “novo nascimento” todo aquele que foi salvo por Cristo.

2. Nosso estado era de depravação total: Ef 2:3; Rm 3:12; Jo 8:34. Nossa consciência estava cativa aos desejos carnais. Vivíamos acorrentados pelos prazeres mundanos e não dávamos um passo sequer na direção de Deus. Estávamos imundos e nos sujávamos ainda mais. O Altíssimo em Sua Glória olhou para a humanidade e não encontrou ninguém capaz de fazer o bem. Entre milhões de milhões e milhares de milhares não havia um único justo.

Por que Deus nos elegeu?

1. Porque Ele é rico em misericórdia: Ef 2:4 e 5; Rm 9:16. O ato de eleger e salvar pecadores depravados são uma atitude graciosa. Graça é receber aquilo que não merecíamos. A Ira e o Inferno eram nosso devido pagamento, só que ao invés disso recebemos de Cristo o Perdão e o Céu.

2. Porque Ele é Soberano: Rm 9: 18; Fl 2:13. Quem é o homem para questionar a Deus? Onde ele estava quando tudo foi criado? Que conselhos deu o homem a Deus? Tudo que o Senhor faz é perfeito. Ele em Sua infinita sabedoria planejou todas as coisas e não há nada que escape do Seu senhorio. Não devemos esquecer que Deus é onipotente, onisciente e onipresente e nós não passamos de verme (Jó 25:6). 

3. Ninguém tem motivos para se orgulhar diante Dele: Ef 2:9; Rm 3:27. Paulo é bem claro quando diz que a salvação não é por obras para que ninguém se glorie. Quando chegarmos perante o Justo Juiz, nada poderemos dizer que seja favorável a nossa sentença. Na Eternidade não vai haver alguém dizendo: Eu fui salvo por orar 3 horas por dia e distribuir “sopão” toda sexta-feira. E você, fez o que para estar aqui? Não fizemos nada para merecer o status de co-herdeiros com Cristo. Toda honra seja dada a Jesus. “Porque d’Ele, por Ele e para Ele são todas as coisas.” (Rm 11:36). 

A dificuldade em aceitarmos a Predestinação é a nossa natureza caída e totalmente inflada. Queremos porque queremos ter algum mérito, todavia a Palavra nos diz que só vão até a Cristo aqueles a quem o Espírito Santo revelar. Se você ainda não está convencido de que essa é uma doutrina genuinamente bíblica, e objeta que esse é um conceito paulino, vejamos que ela está presente no ensino de Cristo e dos apóstolos:

A predestinação no ensino de Cristo

Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia.” João 6:44 (ACF)

Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda.” João 15:16(ACF)

 A predestinação no ensio apostólico

E os gentios, ouvindo isto, alegraram-se, e glorificavam a palavra do Senhor; e creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna.” Atos 13:48 (ACF)

Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito, e fé da verdade.” 2 Tessalonicenses 2:13 (ACF)

Por sua decisão ele nos gerou pela palavra da verdade, para que sejamos como que os primeiros frutos de tudo o que ele criou.” Tiago 1:18 (NVI)

Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos eleitos de Deus, peregrinos dispersos no Ponto, na Galácia, na Capadócia, na província da Ásia e na Bitínia.” 1 Pedro 1:1 (NVI)

Objeções

Jesus, Lucas, Paulo, Tiago e Pedro estão afinados quanto ao ensino da Eleição. Mas caso alguém ainda tenha objeções a fazer, me adianto respondendo as mais comuns:

E para que serve então os Mandamentos?

Resposta: Para nos revelar a condição do pecado (Rm 3:19-20).

E a responsabilidade humana?

Resposta: No Éden, o homem feito a imagem e semelhança de Deus, no exercício de sua liberdade, escolheu pecar (Rm 5:12).

Seria injusto?

Resposta: Não. Pois, Deus não escolhe dentre inocentes, mas dentre pecadores culpados e indesculpáveis. Se não fosse a Eleição, todos pereceriam, pois todos merecem a Ira, ou seja, a punição por seus delitos (Ef 2:3).

Finalizo resumindo tudo o que foi dito em 3 pontos:

1. Não escolhemos seguir a Cristo, pois, nossa natureza pecaminosa nos impossibilita fazer tal escolha.
2. Só vão até a Cristo aqueles a quem Ele se revela por meio do Espírito Santo.
3. A fé, o arrependimento e as boas obras não são a causa de nossa salvação, são o resultado dela.

Pois pela graça de Deus vocês são salvos por meio da fé. Isso não vem de vocês, mas é um presente dado por Deus.” Efésios 2:8




terça-feira, 29 de julho de 2014

Uma avaliação do culto.





A preocupação de Deus com respeito a seu culto deve levar os evangélicos a uma avaliação muito mais cautelosa de suas práticas de culto. Primeiramente, os evangélicos precisam reconsiderar os novos elementos introduzidos no culto. Será que elementos visuais como drama, dança e filme são aceitáveis a Deus? Não parecem ser coerentes com a aplicação refletida do Segundo Mandamento. Ao contrário, tem mais semelhança com o fogo estranho oferecido ao Senhor (Lv 10.1). Deus na Escritura nunca aprovou a criatividade ou inovação no culto. Como é que os evangélicos tão impensadamente presumem que Deus aprova as suas novidades?

Esses elementos têm de ser rigorosamente submetidos às Escrituras. A falha evangélica, de não fazer isso, mostra que a Bíblia não funciona de maneira central na vida e no modo de pensar de muitos. Não devia haver tantos evangélicos se contentando com tirar um tema ou ilustração da Escritura, sem estudar cuidadosamente os detalhes para verificar se estão apresentando uma verdade coerente e sistemática. Os evangélicos precisam ver que o culto deve ser orientado pela Palavra nos detalhes específicos, não de maneira geral e vaga.


Para muitos, a justificativa de sua maneira nova de prestar culto tem raiz na sua sinceridade. O culto certamente precisa ser sincero para ser aceitável a Deus. Mas a sinceridade por si só não torna o culto aceitável a Deus. Os adoradores de Baal nos dias de Elias eram sinceros. Muitos adoradores de Yahweh em Samaria eram sinceros. Mas Deus rejeitou tal adoração como violações do Primeiro ou Segundo Mandamento. A sinceridade não justifica a falsa adoração, como também não justifica a falsa doutrina ou a vida desobediente.


O culto que é simples e espiritual irá incentivar a vida cristã disciplinada e coerente. Conduzirá os evangélicos de volta à Bíblia. Esse culto realmente edificará o corpo de Cristo na doutrina e na vida.


Segundo, os evangélicos devem reexaminar quais as formas em que eles mudaram os elementos do culto. Os sermões devem voltar a ser rigorosamente expositivos para que a igreja ouça realmente a Palavra de Deus, e não opiniões humanas. A exposição da Palavra em sua riqueza irá confrontar as nossas idéias, valores e maneiras pecaminosas, assegurando que o culto não seja simplesmente um paliativo confortante. A Bíblia precisa ser lida como ato central do culto: não apenas para informar, mas como um ato de reverência e agradecimento a um Deus que se revelou a si mesmo. A oração deve ser restaurada como privilégio da igreja de falar ao Deus que se aproxima deles. Os sacramentos devem ser vistos como sendo a bondade do Senhor em dar expressão visível ao evangelho.


Os elementos históricos do culto refletiam um sentimento da grandeza e presença de Deus. Os evangélicos podem retomar o culto profundamente centrado em Deus, e se afastar do seu culto cada vez mais centrado no homem. Como Calvino escreveu: “Não é uma teologia muito acertada a que limita tanto os pensamentos da pessoa a si mesma, e não coloca diante dele, como motivação primária de sua existência, o zelo por ilustrar a glória de Deus. Pois somos nascidos antes de tudo para Deus, e não para nós mesmos”.


A vida cristã florescerá num contexto em que se cultive um relacionamento vital com Deus de acordo com sua Palavra. Reunir-se com Deus na verdade fortalecerá a vida cristã.


Terceiro, os evangélicos devem olhar com cuidado a sua música. A música é a maneira-chave de expressar a emoção no culto. Mas o culto contemporâneo por vezes demais se preocupa apenas com a emoção de alegria – e esta de modo bem superficial. A Bíblia da ênfase à alegria, certamente, mas dá ênfase igual à reverência. Diz o Salmo 2.11: “Servi ao Senhor com temor e alegrai-vos nele com tremor”. A reverência e a alegria, ambas, devem ser expressas no culto.


A alegria e a reverência refletem a natureza de Deus, que é justo e misericordioso, santo e amoroso. Culto que é apenas alegre é servir a um Deus despojado da metade de seus atributos. Produz um evangelho que fala de paz quando não há paz. Divorcia a Lei do evangelho e o arrependimento da fé.


As músicas do culto da igreja devem seguir o modelo do hinário no qual se louva a natureza de Deus, com amor para com Deus como ele realmente é. Abastecerá a mente com verdades sobre as quais meditar. Incentivará o povo de Deus à santidade de vida.


Quarto, muitos evangélicos diminuíram o papel do pastor na liderança do culto e multiplicaram o número de líderes do culto. São atos alinhados com a cultura democrática, e freqüentemente justificados apelando-se à doutrina do sacerdócio de todos os santos. Mas isso muitas vezes torna líderes pessoas sem a instrução ou experiência devida para a posição. E mais importante, tais pessoas não receberam um chamado nem foram separadas para essa obra pelo corpo da igreja.


Os evangélicos precisam reassumir uma teologia de dom e ministério. Uma das grandes dádivas de Cristo concedidas à sua igreja, de acordo com Efésios 4, são os dons de pastor e professor. Aqueles que foram dotados e vocacionados por Cristo e sua igreja precisam dirigir o povo de Deus cuidadosamente em seu culto em conformidade com a Palavra.


Tal liderança irá ajudar os crentes em toda sua maneira de vida a refletir sobre a importância das estruturas e autoridades que Deus nomeia. O declínio do respeito para com as autoridades, quer pais, mestres, empregadores, ou autoridades do governo, é um problema crucial do nosso tempo. A igreja deve ser exemplo para a sociedade no seu respeito para com os ministros e presbíteros que Cristo estabeleceu em sua igreja.


Quinto, os evangélicos vêm mudando o horário do culto para tornar mais fácil e acessível o culto ao Senhor. Mas será que os evangélicos compreenderam o chamado do Senhor para que se santifique o Dia do Senhor? Existe um dia do Senhor na nova aliança – o de Apocalipse 1.10 – e é santificando-o que o povo de Deus aprende a obedecer e a negar-se a si mesmo. O verdadeiro Cristianismo não é fácil, mas aceita de bom grado a disciplina e bênção do descanso e culto no Dia do Senhor. A fé verdadeira fica feliz de passar tempo com Deus. Aprecia muitíssimo a hora para devoção, aprendizagem e serviço cristão. Não busca terminar logo o culto, mas procura seguir o modelo revelado de um dia com Deus.


Os evangélicos, com relação ao culto, doutrina e vida, vêm se tornando minimalistas. São pessoas demais perguntando: Qual é o mínimo que posso fazer e qual é a maneira mais fácil de fazê-lo para que eu seja um discípulo de Jesus Cristo? Os evangélicos precisam se lembrar – em primeiro lugar – da Grande Comissão (Mt 28.18-20). Aí Jesus declara o que é o verdadeiro discipulado. Tem uma dimensão doutrinária: Os discípulos devem reconhecer Jesus como possuidor de toda a autoridade no céu e na terra. Tem uma dimensão de culto: Os discípulos devem ser batizados em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Tem uma dimensão de vida: Os discípulos devem obedecer a tudo o que Deus mandou. Os evangélicos precisam captar de novo a plenitude da religião bíblica.
***
Fonte: Reforma Hoje – Uma Convocação Feita Pelos Evangélicos Confessionais.
James Boice, Gene Edward Veith, Michael Horton, Sinclair Ferguson Etc. Editora Cultura Cristã.
Bereianos Apologética Cristã. - 29/07/2014



sábado, 26 de julho de 2014

Porque não sou arminiano? - Parte II






Neste segundo artigo, exponho a segunda razão que me distanciou definitivamente do arminianismo. O fato é que Deus, em todas as épocas, "precisou" de homens que nutriam uma correta perspectiva dele, de si mesmos e de seus semelhantes. Aliás, este é o alvo supremo da vida cristã e a meta da verdadeira espiritualidade. Homens que viam a Deus por uma correta perspectiva teológica, enxergando-o pela ótica da Escritura: um Deus infinito, soberano, onipotente, onisciente, onipresente, que rege o seu mundo criado com sabedoria infinita e que dispõe de meios eficazes de antemão planejados para levar a história ao fim que ele mesmo planejou, agindo sempre segundo o conselho de sua santa vontade.

Homens que se vejam como o grande apóstolo Paulo - e nesta santa fileira podemos colocar Lutero, Calvino, Jonathan Edwards, Matthew Poole, John Owen, John Gill, C. H. Spurgeon, D. M. Lloyd-Jones, Gerstner, R. C. Sproul, etc., e quem sabe eu e você, a história dirá -, que se considerava o mínimo entre os santos, o principal dos pecadores, exemplo daqueles que haveriam de crer em Deus, um verdadeiro referencial para os eleitos de Deus contemporâneos seus e seus sucessores. Que também via os homens por uma correta perspectiva espiritual, pela ótica da doutrina acerca do homem revelada na Escritura.

Para o apóstolo Paulo, os homens eram salvos ou não. Os salvos eram os eleitos de Deus, predestinados para filhos de adoção por Jesus Cristo, chamados eficazmente pelo evangelho, ressuscitados de suas sepulturas espirituais pela ação miraculosa do Deus triúno para tomarem assento nos lugares celestiais em Cristo, marcados para entrar na história humana como ovelhas do Pai e do Filho, resgatados pelo sacrifício expiatório, propiciatório e substitutivo do Filho na cruz do Calvário e regenerados pelo Espírito Santo em sua vocação eficaz e irresistível, e selados pelo mesmo Espírito para o dia da redenção. Sua mensagem era: Deus salva pecadores!

Os outros homens, segundo seu evangelho, eram eleitos ou reprovados, o que o motivava a pregar intensamente o evangelho a fim de ser o instrumento de Deus para a descoberta dos eleitos, que Deus soberanamente ia colocando em seu caminho, dentre os quais podemos citar a vendedora de púrpura Lídia e o carcereiro de Filipos.

Paulo era grato a Deus por ser colaborador de Deus e cooperador de Deus em favor da Senhora Eleita, a Igreja. Era humilde, como não poderia deixar de ser, por ter sido escolhido por Deus para fazer um grande serviço no seu reino, que ele sempre esteve consciente de que não era merecedor. Alegre ele dizia: "Mas Deus me escolheu desde o ventre" e em outro lugar, "Ele nos elegeu antes da fundação do mundo".

Diferentemente desta visão salutar da Escritura, ilustrada com um máximo exemplo, o do apóstolo Paulo, está a visão de mundo arminiana.

Até pouco tempo, o arminianismo, desde a sua concepção em contraposição ao calvinismo, conviveu com suas inconsistências lógicas internas, quando foi definitivamente levado aos seus extremos lógicos [2], através de seus proponentes mais aferrados no cenário evangélico canadense e americano, liderados por Clark Pinnock [3] - e já há representantes tupiniquins [4] do arminianismo levado aos seus extremos nesta terra brasili!-, e chegou a ponto de ver Deus com a imagem inversa daquela que é descrita na Escritura, esvaziando todos os seus atributos e criando um "Deus" finito e impotente (ou deus? ou um ídolo?), que nem ao menos sabe o que poderá acontecer no futuro, tendo em vista que há um ser no universo chamado homem, livre, dotado de um "livre-arbítrio", imprevisível, com ações não causadas e que é uma ameaça ao cumprimento de Suas predições na Escritura, por não permitir que Deus preveja nenhuma de suas ações futuras. Na visão arminiana extremada, que é totalmente humanista e antibíblica, assumindo uma postura quase liberal (no sentido acadêmico e histórico do termo), Deus é rebaixado quase à posição do próprio homem caído, ou talvez um pouco abaixo, e o homem sobe a uma estatura quase do Deus da Bíblia. Esta visão, obviamente, não passa de produto da imaginação do homem caído em seu projeto de autonomismo apóstata, inspirado, como não poderia deixar de ser, pelo arqui-inimigo de Deus, que foi o primeiro a desejar essa autonomia rebelde. O autonomismo apóstata só poderia levar à desconstrução [5] da teologia, como já era previsto. De fato, o arminianismo, que enfatiza exageradamente o autonomismo, é a prova mais completa da depravação total do ser humano!

Quando o arminianismo extremado é assumido como visão de mundo e fornece os pressupostos para a análise da Escritura, o homem passa a ocupar o centro das atenções e Deus sai para segundo ou terceiro plano. Os superpoderes que os homens passam a ter são a evidência disso, pois até mesmo os homens não-regenerados que a Bíblia ensina estar mortos em delitos e pecados passam a não mais ser vistos assim, mas são vistos como capazes de ascender aos céus, se quiserem, e até mesmo sair de lá, caso entrem. Isso tudo nada mais é do que aquela antiga heresia que ficou sendo conhecida na história da igreja como pelagianismo [6] ou o seu alomorfe (outra forma), o semi-pelagianismo. De acordo com a visão arminiana, nem Deus pode deter um homem assim tão poderoso, mas tem de ficar sempre de plantão para poder contornar os problemas que o homem cria no universo, que podem até frustrar os seus planos, e forçosamente Ele tem de ficar costurando a história até ver se ele consegue fazer aquilo que antigamente predisse na Escritura, e talvez "impensadamente", por "não saber" do que o homem era capaz. Na visão da Escritura, todos os problemas que os homens causaram e irão causar, sob insinuação do arqui-inimigo de Deus, são conhecidos exaustivamente por Deus e jamais o pegaram ou o pegarão de surpresa, pois Ele é onisciente e sabe para onde a história está indo e jamais perdeu ou perderá o controle de tudo o que acontece no mundo criado, como supõem os arminianos extremados. Mais ainda, a doutrina bíblica da providência divina ensina-nos que tudo está decretado pelo Deus Todo-Poderoso, de modo que não existe algo que ocorra sem ser produto de seu decreto eterno.

Por outro lado, no arraial evangélico, essa visão arminiana constrói os super-pastores, os verdadeiros todo-poderosos que ameaçam tomar o lugar de Deus, que determinam, decretam, chamam à realidade as coisas que não são, abençoam, profetizam prosperidade e etc. Em suma, fazem coisas que antigamente só o Deus da Bíblia podia fazer. Quem sofre mais nisso tudo são as ovelhas fiéis e sinceras que são manipuladas por líderes com esse tipo de orientação arminiana extremada, que oferecem para elas ao invés de eleição e segurança eterna e absoluta, uma posição de candidatas ao reino dos céus, ameaçando-as por qualquer motivo, até os mais frívolos e banais, de perderem sua salvação. O arminianismo é um terrorismo espiritual pior do que o encabeçado por Osama bin Laden! É com tristeza profunda que eu constato e registro esta realidade.

Ao ler a biografia de Armínio e suas obras completas, desconfio de sua insanidade. Desconfio também da insanidade do sistema "teológico" que seus discípulos criaram, uma monstruosidade humanista resultante do autonomismo apóstata, que solapa a salutar visão da Escritura que, realmente, desde que humildemente abraçada, pode produzir instrumentos realmente poderosos nas mãos de Deus. A proposta teológica arminiana prefigurava embrionariamente a desconstrução da genuína teologia bíblica e, forçosamente, não poderia fazer outra coisa. Muito embora seus defensores hoje digam que não apoiam o desconstrucionismo, na prática, porém, eles estão desconstruindo toda a sã doutrina. Deus já se encontra desconstruído em seus atributos e, ao que tudo indica, a própria Trindade não poderá escapar das propostas insanas dos arminianos extremados.

Em contrapartida, para você recuperar o fôlego, a teologia bíblica genuína já invadiu as vidas de muitos pecadores na história e produziu santos na Igreja do Deus vivo, a ponto de um desses santos, Jonathan Edwards, poder soar o alerta em sua congregação, mostrando vividamente os perigos que correm os "Pecadores nas mãos de um Deus irado". (Com ar de zombaria, de repente, os liberais diriam que isso foi um dos "desatinos" do período pré-iluminista!). Ao que me parece, e também creio que a R. C. Sproul, a teologia arminiana e seu parceiro muito chegado, o liberalismo, refletem nada mais nada menos do que a cena de um "Deus (ou deus) nas mãos de pecadores irados!".

Que Deus nos guarde das idéias perniciosas desses pecadores irados, que estão imergindo muitos cristãos sinceros num verdadeiro buraco negro e a fé cristã num lago de areia movediça. Coisas estranhas estão surgindo por aí afora, como o teísmo libertário, a teologia do processo, a teologia da abertura de Deus (que implica num lógico e total esvaziamento da onisciência de Deus, a partir do qual Deus passa a não conhecer o futuro), a emergência veloz de um neo-gnosticismo gospel e a última novidade - digo última por que eu não sou onisciente como os arminianos extremados, graças a Deus, e não sei o que eles estão aprontando ao redor deste mundo - é que eles já estão trabalhando para esvaziar o inferno [7]. Era só o que faltava. Será que eles, no fundo, não estão é com medo de ir para lá? Claro, pelo sistema arminiano extremado, ninguém pode ter certeza absoluta de salvação e de que não vai parar lá. Então, dizem eles agora, vamos construir um túnel "teológico" para resgatar aquelas pobres almas que supõem os adversários que estejam lá (bem baixinho: os calvinistas!) e comecemos a empreitada de diminuir sua temperatura, pois pode ser que paremos lá, ninguém sabe o futuro, nem Deus nem nós! Para os liberais a tarefa foi fácil, bastando desconstruir o inferno e pronto: problema resolvido!

O arminianismo extremado, querido leitor, é, na realidade, a "teologia" da incerteza, da insegurança e da desesperança: um buraco negro de areia movediça. Fortalece o homem e enfraquece ou quase extingue Deus. É antibíblico desde os seus fundamentos e inconsistente com a Escritura. Saiamos de sua região inóspita correndo, aborrecendo até a roupa manchada de suas nódoas miasmáticas e sigamos em direção aos pastos verdejantes da sã doutrina da Escritura, onde ouvimos a voz doce e suave do Bom Pastor, encontramos garantia de vida eterna, como também paz e segurança absolutas por estarmos seguros nas mãos Daquele de quem ninguém pode arrebatar suas ovelhas, porque Ele é maior do que todos e do que tudo. Nas mãos desse Deus verdadeiro, não nas de uma deidade desconstruída por pecadores irados, você pode ser realmente uma bênção!

Reafirmando os ideais da Reforma:

Sola Scriptura
Sola Gratia
Sola Fide
Solus Christue
Soli Deo Gloria
_____________________
Notas:

[1] O Colégio dos Pastores na Obra da Restauração de Tudo tem sua sede na Rua Guaiuba, 231, Acari, Rio de Janeiro. Todas as últimas semanas de cada mês, os evangelistas e pastores se reúnem para Estudos Bíblicos e Teológicos Avançados e aulas de línguas, com o objetivo de manter os líderes na Obra da Restauração de Tudo bem informados sobre as principais tendências teológicas no evangelicalismo contemporâneo e para reciclagem e atualização nas disciplinas de Hermenêutica, Exegese do AT e do NT, Teologia Bíblica, Teologia Sistemática, Teologia Contemporânea, Línguas Originais da Bíblia, Lingüística, Inglês e Língua Portuguesa.

[2] Observe que nem todos os arminianos levam o arminianismo aos seus desdobramentos extremos, ficando com a forma mais branda não extremada do mesmo, não trabalhando suas inconsistências internas. Quando o arminianismo começou a resolver suas inconsistências lógicas internas, ele revestiu a forma extremada defendida por Clark Pinnock e seus confrades arminianos, no livro Grace of God and the Will of Man, que apresenta a verdadeira face do arminianismo.

[3] Caso o leitor queira inteirar-se mais profundamente desses assuntos que abordarei de passagem neste artigo, leia os seguintes livros de Clark Pinnock (autor ou organizador), Grace of God and the Will of Man, The Opennes of God, A Wideness in God's Mercy, Most Moved Mover. Antes, eu o aconselho a vacinar-se com as seguintes respostas dadas a esses escritos arminianos extremados: R. K. Mc Gregor Wright, A Soberania Banida: Redenção para a cultura pós-moderna (Editora Cultura Cristã); Paulo Anglada, Calvinismo: As Antigas Doutrinas da Graça (Editora Puritanos); Os Cânones de Dort (Editora Cultura Cristã); Thomas R. Schreiner e Bruce A. Ware, Still Sovereign: Contemporary Perspectives on Election, Foreknowledge, and Grace; Bruce A. Ware, God's Lesser Glory: The Diminished God of Open Theism. Todas essas obras podem ser adquiridas no site www.amazon.com.

[4] Ouça os 2 CD's de Ricardo Gondim sobre Predestinação e o leitor, após ter lido as obras de Clarck Pinnock citadas na nota anterior, verá que Gondim defende os pontos de vista do "open theism" (teísmo aberto, ou teísmo libertário, ou teologia da abertura de Deus), ainda que de um modo velado e disfarçado, pois não cita as fontes sobre as quais se apóia pesadamente. Contudo, é fácil perceber que os pressupostos nada ortodoxos de Gondim nesses CD's derivam dos teístas libertários, com os quais ele, como arminiano, se simpatiza, além de ser um passo à frente nos rasgos de liberalismo que demonstrou em É Proibido, o que a Bíblia permite e a Igreja proíbe. Mas o leitor deve seguir o seguinte conselho: ouça os CD's de Gondim assentado e bem apoiado, pois neles Gondim consegue a façanha de reverter a história, qualificando como ortodoxos Pelágio, Armínio e os arminianos em geral, até os do teísmo libertário, dos quais ele é um dos representantes no Brasil, e condenando e qualificando como hereges Agostinho, Calvino e todos os reformados que defendem, como diz ele, o predestinismo. Está pasmado? Vá conferir e depois me responda: Será Gondim o alter-ego ("outro eu") de Pinnock ou de Richard Rice no Brasil? O tempo nos dirá. Penso que quem tem visto com tão bons olhos a teologia de Charles Finney, como é o caso de Gondim, só pode usar o Soli Deo Gloria dos reformadores no final de seus artigos como um disfarce. Cuidado, leitor!

[5] Segundo Ricardo Quadros Gouvêa em Fides Reformata 2/1, p. 64: "O desconstrucionismo é uma prática de leitura baseada em uma hermenêutica de suspeita em que o texto é entendido a partir da sua auto-desintegração teórica. A desconstrução implica na subversão, na descentralização de qualquer origem perceptível de discursos autoritativos associados a 'metanarrativas', isto é, macroestruturas teóricas como, por exemplo, sistemas filosóficos e teológicos".

[6] Pelagianismo - a essência do ensino de Pelágio era sua idéia errônea de que o arbítrio, mesmo no estado caído dos homens, era essencialmente livre da corrupção do pecado e possuía a capacidade em si mesmo de escolher e realizar boas obras, conforme R. K. Mc Gregor Wright, A Soberania Banida, p.23. Também, segundo define este mesmo autor à p. 256, "o semipelagianismo foi uma teologia de acomodação surgida no séc. 5, que ensinava que a graça de Deus não era necessária para o livre-arbítrio começar a agir de modo correto."

[7] PINNOCK, Clark H., A Wideness in God's Mercy.

Sobre o autor: é ministro na Obra da Restauração de Tudo e pastoreia a Igreja em Engenheiro Pedreira, no Rio de Janeiro. É bacharel e licenciado em matemática, especialista em línguas originais da Bíblia (hebraico, aramaico e grego), doutor em divindade pela Faculdade de Ciências Filosóficas e Teológicas do Rio de Janeiro, bacharelando em Português-Hebraico pela UFRJ, tradutor de inglês, hebraico e espanhol e faz mestrado em Antigo Testamento no Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper, em São Paulo. Leciona Teologia Bíblica, Teologia Sistemática, Teologia Contemporânea, Hermenêutica, Exegese, Línguas Originais da Bíblia, Língua Portuguesa e Inglês no Colégio dos Pastores na Obra da Restauração de Tudo, no Rio de Janeiro. É 2o. vice-presidente da Academia Evangélica de Letras do Grande Rio.

26/07/2014



sexta-feira, 25 de julho de 2014

Porque não sou arminiano? - Parte I





(Estudo feito no Colégio de Pastores na Obra da Restauração de Tudo [1] - Abril/2003)

O propósito destes dois breves artigos é justificar porque não adoto o sistema teológico que ficou conhecido na história da igreja cristã como arminianismo, nome devido ao seu defensor, Tiago Armínio (1560-1609), em contraposição ao sistema oposto que foi cognominado de calvinismo, em homenagem ao grande reformador francês João Calvino (1509-1564). O presente artigo revelará para o leitor a primeira razão.

O sistema arminiano foi apresentado de forma sistemática à igreja holandesa em 1610, por discípulos de Tiago Armínio, na forma de cinco pontos que sintetizavam os ensinos do professor holandês e alteravam os ensinos dos reformadores, diferenciando deles não apenas em termos de ênfase, mas de conteúdo. Os cinco pontos do arminianismo apresentados na Remonstrance (Representação) são os seguintes: (1) Livre-Arbítrio (ou capacidade humana: o homem, mesmo caído, ainda tem condições de atender por si mesmo ao chamado do evangelho, vindo por seus próprios recursos a arrepender-se e exercer a fé; para os arminianos não existe morte espiritual em termos absolutos; (2) Eleição Condicional (Deus não teria marcado ninguém para salvar-se ou perder-se, mas a eleição antes da fundação do mundo seria baseada na presciência divina, que elegeria aqueles que de antemão previu que iriam arrepender-se e crer, sendo, portanto, o conjunto dos eleitos aberto, sem garantir a segurança de qualquer pessoa antes do encerramento de sua história; (3) Expiação Geral ou Ilimitada (Jesus Cristo não teria morrido por pessoas específicas, mas sim por toda a humanidade, apenas possibilitando a salvação de qualquer pessoa que, dentro da história, creia em sua morte expiatória, embora isso não seja suficiente para garantir-lhe a absoluta segurança, uma vez que a salvação depende da perseverança na fé, e não se sabe com certeza quem irá perseverar até o fim; (4) Graça Resistível (Na concepção arminiana, a graça de Deus pode ser resistida no ato da salvação e, quando o pecador aquiesce a ela, até mesmo depois de "salvo", o homem pode resistir a Deus de modo a vir a perder-se total e finalmente); (5) Insegurança da Salvação (Ninguém pode garantir que os que são verdadeiramente regenerados vão perseverar até o fim, ou seja, uma pessoa que hoje se presume salva, amanhã poderá vir a perder sua salvação). É bom lembrar que, do sistema arminiano formulado pelos remonstrantes, Armínio discordaria do 5o ponto, pois, apesar de toda a sua incapacidade de entender o que os reformadores ensinaram, jamais duvidou da Perseverança dos Santos.

Em 1618, um concílio internacional constituído de 84 renomados eruditos reformados reuniu-se na cidade de Dort, na Holanda, para analisar e responder aos remonstrantes, formulando, em 1619, após sete meses de discussões em 154 seções, os importantes Cânones de Dort, dispostos em cinco capítulos cujos títulos ficaram sendo conhecidos como os Cinco Pontos do Calvinismo, em homenagem ao grande reformador João Calvino. Esses cinco pontos, pois, são a síntese do ensino reformado, não apenas subscrito por João Calvino, mas por todas as confissões de fé históricas e catecismos reformados, a saber, Confissão de Fé dos Países Baixos, Catecismo de Heildelberg, Segunda Confissão Helvética e Confissão de Fé de Westminster, e, como bem ficou demonstrado nos Cânones de Dort, refletem o verdadeiro ensino das Escrituras reafirmado pelos reformadores e negado pelos remonstrantes.

Os Cinco Pontos do Calvinismo são os seguintes: (1) Depravação Total (Os homens não regenerados, após a queda, são totalmente incapazes de escolher o bem quanto a questões espirituais, visto que estão mortos em delitos e pecados, sendo habilitados apenas por um milagre de ressurreição espiritual, que ocorre quando da regeneração, veja Ef 2:1-10); (2) Eleição Incondicional (Deus, antes da fundação do mundo, em seu propósito eterno e soberano, segundo o conselho da sua vontade, em amor elegeu alguns pecadores para a salvação, independente de quaisquer méritos que neles se observassem, nem tampouco previsão de arrependimento e fé, veja Ef 1.3-12; 2Ts 2.13; Jo 6.37, 39, 6.65; At 13.48); (3) Expiação Limitada (Ao enviar seu Filho para ser morto por causa dos pecados dos homens, Deus, na verdade, tinha em mente propiciar o único meio para que seus eleitos pudessem ser salvos, o que lhes garante eterna salvação, enquanto a expiação arminiana é universal e, contudo, não garante a salvação de ninguém em termos absolutos; a melhor demonstração desta verdade foi feita por John Owen no livro Por quem Cristo morreu?, PES, e eu o aconselho a ler a discussão detalhada ali, inclusive as respostas às objeções a este ensino lógico e claro das Escrituras; Mc 10.45; Tt 2.14; Hb 9.28; At 20.28; Ef 5.25; Jo 17.6, 9; Hb 9.12; Ap 5.9); (4) Graça Irresistível (Os eleitos, dentro do tempo, serão chamados por Deus para sair de suas sepulturas espirituais, isto de um modo irresistível, no ato da aplicação da redenção pelo Espírito Santo (regeneração), uma vez que esta redenção eterna foi-lhes conquistada objetivamente por Deus Filho. O apóstolo Paulo diz Rm 8.28-30: "Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. 29 Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. 30 E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou." (Veja também Jo 6.37, 39, 65; Tt 3.3-6; Ef 2.1-10); (5) Perseverança dos Santos (A salvação do eleito é eterna, uma vez que a mesma graça de Deus que os salvou agirá eficazmente em suas vidas, de maneira que não poderão cair total e finalmente, pois justificação, regeneração e adoção são irreversíveis. É verdadeira a afirmação da Escritura que "nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus" (Rm 8.1). Veja também Jo 10.28-30: "25 Respondeu-lhes Jesus: Já vo-lo disse, e não credes. As obras que eu faço em nome de meu Pai testificam a meu respeito. 26 Mas vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas. 27 As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. 28 Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. 29 Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar. 30 Eu e o Pai somos um.".

Pois bem, ao analisar o que os reformadores ensinaram fundamentalmente, cujo resumo são os Cinco Pontos do Calvinismo, e constatar a total consistência desses ensinos com as Escrituras, não pude fazer outra opção e o meu pêndulo teológico se inclinou irresistivelmente para o Calvinismo.

No dizer de Paulo Anglada, em Calvinismo - As Antigas Doutrinas da Graça, Editora Os Puritanos, SP, 1996, "As antigas doutrinas da graça são um sistema lógico, coerente e harmonioso. Os assim chamados pontos do calvinismo revelam como é possível a redenção eterna de pessoas pecadoras totalmente depravadas, em conseqüência do pecado original, pelo Deus Triúno: o Pai elege incondicionalmente, o Filho redime objetivamente os eleitos, e o Espírito Santo aplica eficazmente a redenção ao coração daqueles por quem Cristo morreu". Por fim, Anglada diz: "A doutrina calvinista da perseverança dos santos é a conclusão inevitável e bíblica da obra da redenção. O homem, em seu estado natural, está totalmente depravado - isto é, teve suas faculdades espirituais completamente corrompidas, tornando-se inimigo de Deus, morto nos seus delitos e pecados. Deus o Pai movido pelo seu infinito amor escolheu, antes da fundação do mundo, alguns dentre estes para manifestar a sua misericórdia, elegendo-os para ser santos e irrepreensíveis. Vindo a plenitude dos tempos, o Senhor Jesus Se fez carne, cumpriu a lei e morreu na cruz pelos eleitos de Deus, expiando objetivamente a culpa que lhes fora imputada pelo pecado de Adão. Na época própria, aprouve a Deus chamá-los eficazmente, aplicando soberanamente a Sua graça especial para a salvação, independentemente de qualquer mérito da parte deles. Que absurdo imaginar que, depois de tudo isso, o redimido possa apartar-se totalmente da graça de Deus e perder a salvação!"

Assim, como estou convencido de que esses dois sistemas são os dois pólos em que podemos nos situar teologicamente, de modo que não se pode ser lógica, coerente e biblicamente, arminiano e calvinista, ou uma mistura "calviminiana" que contenha uma porcentagem de um e de outro sistema ao mesmo tempo, segue-se que tive de optar entre um e outro. Ou você é arminiano ou você é calvinista, e não uma mistura desses dois sistemas mutuamente exclusivos. Optei, como não poderia deixar de ser, pelo calvinismo, uma vez que ele reflete o sistema ensinado pelos apóstolos e pelo próprio Jesus. Não me envergonho de estar na companhia dos mais nobres santos da história da igreja, como Agostinho, Lutero, Calvino, John Knox, John Bunyan, John Gill, John Owen, George Whitefield, Jonathan Edwards, Spurgeon e outros. Estou em boa companhia, você não acha?

Agora, quando se fala em arminianismo, o sistema da incerteza, da dúvida, do pessimismo, do medo, da insegurança, só quem sofre dos mesmos problemas que seu articulador é que pode abraça-lo. Só pode ser calvinista quem tem fé suficiente para submeter-se à soberania de Deus e pode aceitar o que as Escrituras ensinam claramente, só os eleitos convictos de sua posição é que podem ser calvinistas.

Por séculos, os arminianos conviveram com seu sistema sem leva-lo aos seus extremos lógicos e, por conseguinte, sem revelar de fato a sua verdadeira face. Os cinco pontos que enumeramos são apenas a ponta do iceberg do arminianismo. Você quer saber o que realmente estava escondido no sistema arminiano e que hoje declaradamente está sendo defendido pelos arminianos que ousaram levar o arminianismo aos seus extremos lógicos? Uma frase só: Open theism (Teísmo aberto)! Sabe o que é isto? No próximo artigo eu explico. Esta será a segunda razão porque não sou arminiano. A ponta de seu iceberg já me afastou dele, e o corpo do iceberg, por certo, me manterá definitivamente no outro pólo, no porto seguro do calvinismo, em excelente companhia. Até o próximo número de Pregação Hoje.

25/07/2014 

 

quinta-feira, 24 de julho de 2014

O Diabo era um anjo chamado Lúcifer?






A resposta para a pergunta que intitula este artigo é um sonoro não. De fato Satanás, o nosso Inimigo não possui esse nome, e eu diria mais: também não temos clareza bíblica quanto a sua origem angelical. O que a Bíblia nos diz sobre ele com todas as letras é que ele não passa de um enganador. “Pai da Mentira” é a sua alcunha (Jo 8:44). Sendo assim, talvez essa seja uma boa explicação acerca desta confusão criada há muito tempo sobre o termo Lúcifer.

O texto de Isaías 14, mal interpretado, corrobora para este equívoco. Lá, o profeta que exerceu o seu ministério entre os anos 750 - 686 a.C, fala ao povo que estes sofreriam com um castigo divino, resultante da idolatria e da imoralidade. O castigo virá por meio do Rei da Babilônia, que levará a muitos cativos, destruindo Jerusalém. Todavia, o Senhor de forma soberana fará com que a própria Babilônia caia em desgraça. A profecia do capítulo 14 está voltada para o rei babilônico (v.4). Ele ensoberbecido tentou ocupar o lugar do Altíssimo (v. 12 ao 15) porém viria ruir de maneira vertiginosa o seu poderio, sendo escarnecido pelos povos que dantes havia dominado, estes celebrariam a ruína do Império Babilônico (v.7).

O verso 12 é a chave para se compreender o amplo equívoco que tomou a cristandade (Talvez pela influência de teólogos como Tertuliano e Orígenes). Lá está escrito: “como caíste desde o céu, ó Lúcifer, filho da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações!” Bem, já vimos que esta queda não é a de Satanás e sim o do Rei da Babilônia e para que não aja dúvidas quanto a isso atente para os seguintes fatos:
A - O futuro dele é a morte e será como um cadáver pisado, comido pelos vermes (v. 11 e 19).

B - A profecia claramente se trata de um homem (v. 16).
C - Aquele que “caiu” tem descendentes, isto é, uma linhagem que também será assolada (v. 21 e 22).

Insistir que a profecia trata do Diabo é ignorar o contexto da referida passagem. E quanto ao nome Lúcifer, presente no versículo 12, este não é um substantivo próprio no hebraico. A palavra em questão é
הילל (hêlel) identificada como a estrela d’alva ou estrela da manhã. As versões ARC, ARA, NVI e NTLH utilizam a palavra traduzida. Algumas como a ACF utilizam o termo latino lucifer, adotado por Jerônimo para a tradução das Escrituras em latim, a conhecida Vulgata.

O que muitos desconhecem é que o termo latino que é atribuído como o verdadeiro nome do Diabo também é usado em outras passagens da Vulgata para se referir até mesmo a Jesus em seu retorno definitivo. Comparem a versão portuguesa com a latina, o versículo em questão é 2Pedro 1:19:

E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações”.

et habemus firmiorem propheticum sermonem cui bene facitis adtendentes quasi lucernæ lucenti in caliginoso loco donec dies inlucescat et lucifer oriatur in cordibus vestris”.

Por isso devemos tomar mais cuidado ao reproduzir certos ensinamentos a respeito da origem e da nomenclatura daquele que é o Inimigo de nossas almas. O conceito massificado de que ele era um “anjo de luz” e que regia o coral celestial (até isso eu já ouvi) não é biblicamente comprovado. Paulo diz que o Diabo pode se fazer passar por anjo de luz e não que ele é ou era um (veja 2Co 11:14).

Mas e quanto outras passagens bíblicas, fora a mencionada de Isaías 14? Elas não dariam respaldo para afirmarmos que o Diabo é um anjo caído? Vamos analisar brevemente as mais comuns.

Ezequiel 28:12-16

Esta, assim como Isaías 14 é mal interpretada. Uma menção sobre o Éden (v. 13) faz com que muitos afirmem de “bate-pronto” que o trecho em questão fala sobre Satanás. Contudo vendo o contexto, fica nítido que é uma profecia endereçada ao Rei de Tiro (v. 2 e 12). O Éden aqui não é literal, o profeta usa a figura de linguagem para ligar a questão do pecado de Adão (Gn 3) e sua queda por querer ser igual a Deus com a queda de Tiro, por também se engrandecer diante do Todo-Poderoso.

Lucas 10:18

Este é o texto em que Jesus diz que viu “Satanás cair como um raio”. Embora não seja algo muito simples de se compreender, o cenário da volta dos 70 discípulos, exclusivo a narrativa de Lucas, extasiados com o que tinha acontecido durante o anúncio do Evangelho, realizando curas e exorcismos, pode nos dar uma pista do que o Mestre pretendeu com a sua frase: Jesus correspondendo de uma maneira positiva e animadora ao relato dos discípulos diz que aquela obra incumbida aos setenta representou uma derrota de Satanás e de seu reino tenebroso, pelo qual Cristo foi capaz de visionar a sua queda enquanto os seus enviados levavam as boas-novas aos povoados.

Apocalipse 12: 7-9

Talvez esta seja a passagem mais difícil de se compreender. Porém é sabido que o texto de João era um encorajamento para a Igreja que padecia uma forte perseguição. Será que discorrer sobre as origens de Satanás seria útil para encorajar aqueles irmãos? Creio que não. Por isso o texto em questão, recheado de figuras de linguagem e simbologia é, assim presumo, um relato de como o Inimigo da Igreja foi derrotado pelo aparecimento de Cristo e Sua obra. O encorajamento está no fato de relatar Satanás já vencido pelo Messias, Senhor da Igreja, atribulada, mas vitoriosa.

Mesmo não tendo a sua origem tão definida, sabemos que o Diabo é um ente espiritual que ele é o adversário do Corpo de Cristo, sempre nos tentando a pecar para em seguida nos acusar. Ele é mentiroso, ladrão, homicida, influencia este mundo perverso e anda em nosso derredor. Todavia, sabemos que Jesus Cristo triunfou sobre as obras malignas deste ser, que não é o arqui-inimigo de Deus. Satanás nem ousa medir forças com o SENHOR, o seu alvo é a raça humana. Não precisamos ir em busca de respostas que estão aquém da Bíblia para matar nossa curiosidade. O que é preciso saber já está escrito e nos é útil para vencer as ciladas do Inimigo:

Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo.” Efésios 6:11.

Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós”. Tiago 4:7.

Portanto, afirmamos categoricamente que Lúcifer não é o nome do Diabo. Quanto a sua natureza angelical, isto não podemos negar com veemência, tampouco podemos afirmar.

A Deus toda glória!

_____________
Abreviaturas:
ACF: Bíblia Almeida Corrigida Fiel
ARA: Bíblia Almeida Revista e Atualizada.
ARC: Bíblia Almeida Revista e Corrigida.
NTLH: Nova Tradução na Linguagem de Hoje.
NVI: Nova Tradução Internacional.

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Fonte: Bereianos

Como complemento, recomendamos a excelente análise exegética feita por Robert L. Alden sobre a questão. Para ler, clique aqui!

24/07/2014