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sábado, 29 de agosto de 2015

Espíritos do Além na Igreja.



 


Não se assuste com o título deste artigo, mas é isto mesmo que quero dizer: Nas duas últimas décadas espíritos demoníacos invadiram a igreja; os “novos” demônios se imiscuíram sutilmente alterando o conteúdo das pregações e dando outra interpretação à mensagem do evangelho. Obviamente que alteraram o estilo de vida dos cristãos, a vida dos pastores, e trouxeram uma nova onda de falsos apóstolos que lideram os chamados “avivamentos” aqui e acolá.

Nunca em toda a história da igreja presenciamos momentos tão turbulentos como nos dias de hoje. A mensagem do evangelho vem sendo sutilmente adulterada, sendo aceita, especialmente pela igreja pentecostal, sem que teólogos e líderes tomem uma posição firme em defesa da fé cristã.

A partir do final do século XX e neste terceiro milênio, tem-se a impressão de que os demônios sofreram uma mutação, porque habilmente conseguem enganar o povo de Deus com manifestações de poder e milagres; alterando a vida de louvor e de adoração da igreja; levando o povo de Deus a práticas esotéricas e os novos cristãos a viverem um evangelho totalmente diferente do que foi pregado por Jesus e seus apóstolos. Esses “novos” demônios usam de uma tática poderosa. Valendo-se da necessidade de espiritualidade e da fome que as pessoas têm de Deus, conseguiram estabelecer na igreja cultos anjos, em que estes são mais invocados que o Nome de Jesus, usurpando o lugar de honra de Jesus Cristo na adoração cristã. A exaltação do Nome de Jesus deu lugar a manifestação de anjos – que em muitos casos não passam de espíritos enganadores.

O recente “avivamento” de Lakeland, na Flórida na figura de seu líder Todd Bentley acendeu a luz amarela no meu espírito. Durante cerca de cem dias multidões acorreram de todas as partes do mundo para participar das reuniões de milagres e de poder, em que anjos eram convocados, e o próprio Bentley declarou várias vezes que conversava com eles, especialmente o anjo feminino Emma e o de nome Ventos de Mudança (veja meus artigos e traduções a respeito no meu site). Líderes dos Estados Unidos como Rick Joyner, Peter Wagner, Bob Jones e outros apoiaram publicamente o “avivamento” – que faço questão de colocar entre “aspas” e consagraram o pregador ao ministério, numa celebração, que mais parecia uma coroação transmitida ao vivo pela televisão de Deus (God TV). Li os artigos de Rick Joyner defendendo o aviamento da Flórida em que o líder americano o elogiava e o apresentava como resposta de Deus a intercessão do povo de Deus (de sua congregação).

Vários profetas, entre eles Andrew Strom se levantaram para alertar a igreja de que se tratavam de manifestações de espíritos enganadores – e foram mal-entendidos. Depois que se ficou sabendo que havia um anjo de nome Emma na base do avivamento e dos profetas de Kansas City foi possível entender por que homens do calibre de Paul Caim – reconhecido profeta cuja história remonta ao tempo de Willian Branham – caíram em pecado e porque avivamentos como os de Toronto e de Pensacola chegaram tão rapidamente ao fim. “Avivamentos” em que anjos estão na base dos acontecimentos tendem a abrir espaço a que espíritos enganadores induzam as pessoas à prostituição espiritual, moral e física. O anjo feminino Emma causou um grande estrago no rebanho americano e quiçá do mundo.

Esses espíritos enganadores levaram o movimento carismático nos Estados Unidos e alguns movimentos apostólicos aqui no Brasil a penderam para o lado da mística excessiva – palavra e mística andam lado a lado – da teologia da prosperidade e desvirtuaram a mensagem do evangelho, pregando outro evangelho que não o de Jesus Cristo, e isto só pode ser fruto de espíritos enganadores.

Meu amigo Jonas Santana escreveu que os apóstolos da prosperidade e da riqueza – comuns hoje no mundo todo - são os descendentes de Judas, que pregam por amor ao dinheiro.

Judas era discípulo de Jesus e fazia parte dos Doze. Era o tesoureiro do ministério de Jesus, contado entre os Doze – comendo, viajando, dormindo e ouvindo as palavras de Jesus. Creio até que chegou a fazer sinais e prodígios ao ser enviado por Jesus. Em todos os aspectos era um discípulo ou apóstolo de Jesus, no entanto, havia em seu coração algo que ele nunca abandonou: o seu amor pelo dinheiro e riquezas. Anos depois Paulo afirmaria que “o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (1 Tm 6.10).

Quando uma mulher derramou ungüento caro sobre os pés de Jesus, Judas manifestou seu desagrado, afirmando que aquele perfume poderia ter sido vendido e o dinheiro dado aos pobres. João fala da intenção de Judas: “Ora, ele disse isso não pelo cuidado que tivesse dos pobres, mas porque era ladrão, e tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava” (Jo 12.6).

Judas, mesmo vendo e ouvindo tudo o que Jesus fazia e dizia não teve sequer temor, e traiu a Jesus por 30 moedas de prata. Creio que os descendentes de Judas sobrevivem em nossos dias, liderando denominações e fazendo da casa de Deus covil de ladrões, tal qual afirmou Jesus: “A minha casa será chamada casa de oração. Mas vós a tendes convertido em covil de ladrões (Mt 21.13)”.


Nota: O site do Pastor Jonas é: www.levandoapalavra.org

Aqui nas Américas, os chamados apóstolos e mesmo os que não se dizem apóstolos enriqueceram à custa do evangelho, e passaram a pregar uma mensagem sutilmente diferente da verdadeira mensagem de Cristo. Acompanhe-me no raciocínio e tenha a liberdade de discordar. Apenas analise comigo alguns itens que diferenciam os apóstolos de hoje dos apóstolos do Novo Testamento.

1. Um apelo exagerado aos simbolismos judaicos. Os novos apóstolos da prosperidade são muito inteligentes, porque conseguiram ressuscitar o judaísmo para os gentios que Paulo havia deixado para os judeus. A bandeira de Israel – a nação natural que persegue a Cristo – tremula nos púlpitos das igrejas. Uma tendência a desprezar nossos irmãos em Cristo, palestinos que vivem na faixa de Gaza, nos países árabes e em outros países não tão amigos de Israel. O Israel natural vem sendo confundido com o Israel espiritual. Falo sobre isto em meu artigo Análise da Igreja Brasileira e as Perspectivas Futuras.

2. Um apelo exagerado ao dinheiro e às ofertas. Mede-se um homem de Deus pela maneira como trata o dinheiro. Os novos apóstolos da prosperidade aprenderam técnicas de como levantar dinheiro do povo. Dois deles, brasileiros foram parar na cadeia nos Estados Unidos. Mas, muitos mereciam cadeia também. Vivem aqui no Brasil de maneira nababesca e em seus encontros conseguem levantar muito dinheiro para si mesmos. Assisti um deles que veio da América Central que falava da importância da prosperidade, pois todos em sua família tinham carro zero km – dos modernos – e ele presenteara a esposa com um anel cravejado de diamantes, e, naquela noite em que fui ouvi-lo pregar ele falou durante uma hora sobre a importância da semeadura, levantou dinheiro do povo, que foi diretamente para ele. Foi, então que percebi que o deus dele não é o mesmo Deus que eu sirvo, porque, com dificuldades consigo recursos para presentear a esposa com alguma coisa.

Você que é mais velho há de concordar comigo que fomos chamados para o ministério incentivados por pregadores que nos desafiavam a entregar nossa vida totalmente a Jesus! Sem reservas. Quantos de nós largamos tudo – emprego, faculdade – e para nos dedicarmos ao ministério. Passamos fome, frio, dormimos em bancos de igreja, em cima de mesas, comíamos o que os pobres comiam por amor ao evangelho.

Hoje os apóstolos da prosperidade quando falam para os jovens os incentivam a ficarem ricos, a serem homens e mulheres cheios de dinheiro – exatamente isto! Pregam na contramão do ensinamento bíblico do despojamento e da entrega total. Por que querem eles que a nova geração enriqueça? Antes o desafio era para largarmos tudo e irmos para o campo missionário; hoje os apóstolos nos consignam a enriquecer... Eis porque afirmo que um espírito alienígena travestido de santidade e cheio de luz entrou na igreja e alterou a mensagem do evangelho! Antes nos consagrávamos no “altar” em apelos fervorosos, hoje vamos ao “altar” consagrar as “ofertas” em nosso lugar. E alguém fica com tudo.

Antes, os pregadores apelavam para que ofertássemos o melhor, porque tinham um projeto: construção de um espaço maior para as reuniões, e nos contentávamos com lugares simples, asilos, orfanatos, e etc., mas os apóstolos da prosperidade tomam toda oferta e não se sabe o que farão com tanto dinheiro. Quando os ouço pregar sinto no ar o cheiro do espírito enganador, como fumaça de incenso oriental no ambiente da igreja! Um desses apóstolos incentivou os jovens a riqueza e testemunhou que estava residindo numa casa de oito suítes, que tinha uma camioneta Hylux zero km, etc. Eles apelam para o egoísmo, para a riqueza, para a prosperidade individual, enquanto os primeiros apóstolos nos consignavam a dar tudo para que prosseguissem na tarefa de começar novas igrejas em lugares pobres... E lá estão eles de helicóptero, em aviões particular à custa da oferta sacrificial dos irmãos.

Uma coisa é alguém ser rico porque trabalha oito horas por dia, porque tem grandes empresas, outra é ser rico à custa do evangelho e do dinheirinho do peão cortador de cana, do assalariado. Mas, esses tais apóstolos anunciam a “unção” da riqueza em que se recebe a graça e o poder de se tornar um milionário! Quanta diferença da mensagem apostólica de Jesus e de seus discípulos!

Paulo se contentava com pouco, chegando a dizer que tinha o suficiente para viver. Os novos apóstolos querem sempre mais; porque, quanto maior a riqueza, mais necessidade há de recursos para mantê-la.

3. Um apelo exagerado aos métodos e aos simbolismos proféticos. Os antigos pregadores – entre os quais me incluo – apenas orávamos pelos enfermos e impúnhamos as mãos sobre eles na autoridade do nome de Jesus, em obediência a Cristo. Os novos apóstolos usam de simbolismos proféticos. Um deles estava na conferência mergulhando uma espada no óleo e depois num vaso cheio de ouro (na realidade purpurina barata), e depois passava a espada pelo corpo da pessoa que era curada. Os simbolismos da Nova Era fazem parte do arsenal técnico de tais apóstolos. E assim, os novos apóstolos urinam nos cantos da cidade, ungem as ruas, praças e de helicópteros jogam azeite sobre cidades, enterram papéis com promessas bíblicas ao lado das rodovias... Vivem de atos proféticos. Sim! Atos proféticos são bíblicos, podem ser feitos, mas não podem se tornar uma prática comum. O Senhor não nos enviou a fazer atos proféticos, enviou-nos a pregar o evangelho, a curar os enfermos e a expulsar demônios! Os novos apóstolos sabem como impressionar seu auditório.

4. Enriquecimento ilícito. Finalmente, o enriquecimento ilícito. O Ministério Público Federal haverá de se tornar a vara de Deus contra esses que usam da graça divina para auferir lucros; a vara de Deus contra os que enriqueceram ilicitamente e nunca declaram ao Imposto de Renda seu ganho real!

Os novos apóstolos e profetas vêm ao Brasil para angariar dinheiro. Um deles, que foi muito usado por Deus no passado, e de quem já fui intérprete várias vezes vive hoje da glória do seu nome. Chega a gastar uma hora para levantar dinheiro, e deve levar muito dinheiro do Brasil e de outros países com o qual se mantém um ano inteiro! E continua a ser convidado para as grandes conferências pentecostais nesta nação! Outro, brasileiro, mais humilde pede apenas 15 mil reais por noite de pregação! A igreja pentecostal ajudou a criar e a nutrir os novos pregadores e os novos apóstolos. A própria igreja pentecostal pavimentou a estrada por onde andam os tais apóstolos.

Sabem ensinar com perfeição a lei da semeadura, e arrancam toda e qualquer “semente” – dinheiro e bens – que alguém tiver na carteira ou no Banco. Egoístas que são, recebem ofertas dos egoístas – sim, porque os que lhes dão ofertas fazem na esperança de que receberão muito mais, e provam que dão ofertas por egoísmo puro! Um apóstolo que ama o dinheiro consegue acender a paixão pela riqueza em crentes que também amam dinheiro. Uma dupla perfeita de egoístas! O cristão que dá sua substanciosa oferta na esperança de receber muito mais de Deus é tão egoísta quanto esses pregadores.

Assim, vejo os jovens se esforçando para se enriquecerem. No meu tempo nos esforçávamos por ser íntegros e puros e consagrávamos a vida a serviço do rei Jesus. A ganância ensinada pelos espíritos enganadores está formando um novo tipo de igreja, uma geração que vê o ministério como algo lucrativo financeiramente. Prosperidade material é a tônica de hoje. Prosperidade espiritual era a tônica dos dias apostólicos.

Sim, a partir da década de 90 espíritos enganadores entraram na igreja para enganar os escolhidos. Eles realizam curas, manifestam-se através de anjos e pode-se perceber que são enganadores porque deturpam a mensagem do evangelho e dão novo sentido aos ensinamentos dos apóstolos! É uma interpretação sutil das escrituras, de tão sutil que soa verdadeira. O Nome de Jesus já não é mencionado, mas a fé. Curado pela fé, dizem as manchetes; a fé, agora, substitui o Nome de Jesus. Sempre que alguém é curado pela fé, atribui-se a cura à sua fé ou a do pregador, diferentemente quando a ênfase é na autoridade do Nome de Jesus.

Alguns dos novos apóstolos profetizam sonhos como os profetas dos dias de Jeremias. Profetizam que alguém terá um cargo político, será senador, governador, presidente – e neste sentido vão novamente na contramão do evangelho de Jesus que falou que o seu reino não é deste mundo. Esses novos apóstolos e profetas empurram os jovens para o seio de Satanás – sim, porque a política, com raríssimas exceções é sórdida e corrupta, e corrompe o mais fiel cristão. Muitos deles quando estiverem no poder conseguirão sobrevirão abandonando os preceitos bíblicos estudando Maquiavel com profundidade. Seu livro de cabeceira passa a ser O Príncipe, e este livro não pode ficar na mesma cabeceira onde costumeiramente fica o exemplar da Bíblia.

Alguns amigos comentaram comigo que estão a ponto de acreditar que o anticristo virá através da igreja neopentecostal; que os novos crentes correrão atrás de milagres, de experiências, de ensinamentos que lhes dão coceiras nos ouvidos, porque esta é a tônica do anticristo. Ele enganará a muitos com milagres e manifestações de poder – enganando, se possível, os escolhidos. As igrejas neopentecostais estão repletas de pessoas que buscam satisfação pessoal, prosperidade e bênçãos! E o diabo sabe explorar essa ambição dos cristãos. E se utiliza dos apóstolos – sim, falsos apóstolos – que não serviriam pra ser diáconos na igreja primitiva!

E vou mais além. Deus está permitindo que a igreja seja entregue a todo tipo de engano, porque ele precisa aprovar os fiéis e santos. Deixe-me dizer algo mais: Deus está entregando a igreja nas mãos dos exploradores, e dos falsos apóstolos! Como nos dias de Isaías, Deus está desviando o povo dos seus caminhos como forma de castigo! “Ó Senhor, por que nos fazes desviar dos teus caminhos? Por que endureces o nosso coração, para que te não temamos?” (Is 63.17).

Que Deus tenha misericórdia de nós, e que sejamos como a igreja de Éfeso que colocou a prova os novos apóstolos e viu que eram falsos! Temos de colocar à prova “os que a si mesmos se declaram apóstolos e não são” e descobriremos que são mentirosos (Ap 2.2).


Autor & Fonte: [ Pastor João A. de Souza Filho ]
Via: [ Emeurgência ]





quinta-feira, 27 de agosto de 2015

O que a Bíblia diz sobre a vida eterna?





Todos os crentes em Jesus Cristo recebem a promessa da vida eterna, a qual é uma dádiva de Deus (Jo 10:28; Rm 6:23; 1 Jo 5:11). Mas o que é a “vida eterna” e como a Bíblia a descreve?

Falar sobre eternidade é difícil, primeiramente porque compreendemos a vida dentro dos limites do tempo, em segundo lugar, porque não a conhecemos enquanto estamos dentro de tais limites. Entretanto, o ensino bíblico sobre a vida eterna nos faz pensar além e nos ajuda entender esse que é um assunto fundamental para a fé cristã.


Todo ser humano tem vida física, mas a vida eterna é descrita por uma qualidade diferente dessa, por estar relacionada diretamente com a vida do próprio Deus (2 Pd 1:3-4). A Bíblia diz que Deus é eterno (Dt 33:27), Rocha eterna (Is 26:4), Rei eterno (Sl 10:16), que a Sua Palavra é eterna (Sl 119:89) e que o Seu reino e domínio são eternos (Dn 4:3), como as demais virtudes exclusivas do Seu nome (Sl 135:13). A vida eterna, portanto, é uma vida de absoluta dependência do ser de Deus (Nm 27:16). Todos os homens existirão eternamente, mas somente aqueles que forem reconciliados com Deus, pela obra de Cristo, viverão eternamente (Dn 12:2). 


Dito isso, passaremos agora a destacar algumas das descrições que a Bíblia faz sobre a vida eterna com Deus. Embora alguns dizem que a Bíblia não a descreve, enquanto outros dizem que ela é friamente discreta quando trata do assunto, o que encontramos de descrições nela sobre a vida eterna surpreende essas posições!


A Bíblia descreve a vida eterna como uma condição de vida e não de morte, ou seja, de acolhimento e não de banimento da presença de Deus (Jo 5:24-29); de infinito conhecimento de Deus (Jo 17:3); de segura e permanente comunhão com Deus (Lc 23:43; Jo 14:1-3), onde os crentes desfrutarão completa satisfação (Fl 1:23); uma condição totalmente livre do domínio e dos efeitos do pecado (Ap 21:3-6), inclusive do luto, do pranto e da dor; descanso das fadigas (Hb 4:9-10; Ap 14:13); estado de imortalidade (Rm 5:12, 17; 1 Co 15:50-57; 2 Tm 1:9-10), visto que é vida sem fim, sem interrupção determinada pela morte; condição de perfeição superior ao estado de Adão, pois não haverá qualquer possibilidade de queda no pecado, uma vez que Cristo, como representante da nova criação, é o perfeito Adão (1 Co 15:22-28 e 45-49; Ap 21:27). E mais, o lugar dessa vivência, é lugar de santidade, onde resplandece a glória do Pai e do Seu Filho, lugar de adoração (Ap 21:22-26).


Está claro, pelo testemunho da Bíblia, que a vida eterna é uma promessa de Deus aos que creem em Jesus e que ela é amplamente descrita, não como um sentimento ou uma expectativa vaga, mas como uma realidade concreta e segura aos que ouvem e confiam no Evangelho, pela graça, que lhes é anunciado (Jo 20:31). 


Como a vida eterna não é uma promessa à todos, indistintamente, apenas aos que creem verdadeiramente em Jesus (Jo 3:15-16, 36), como devemos lidar com esse assunto no mundo em que vivemos? Fortaleça a sua convicção de fé nessa verdade, alimentando-a com a confiança na Bíblia, nesses que são tempos de relativismo moral e religioso. A promessa da vida eterna é dada aos que se arrependem dos seus pecados, por crerem em Jesus, portanto, compartilhe o Evangelho às pessoas em sua volta. Ninguém pode se fazer merecedor da vida eterna, por ser uma dádiva de Deus, não do homem. Por isso, o Evangelho deve ser pregado a fim de que sejam chamados pelo Espírito Santo à crerem em Jesus!

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Autor: Rev. Ericson Martins
Fonte: Reflexões e Cotidiano

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

A criação.






Creio em Deus Pai, Todo-Poderoso, Criador dos céus e da terra.



Todos os cristãos creem e professam que Deus é o criador dos céus e da terra, mas além de professar essa verdade, o que isso pode influenciar em nossa cosmovisão?


A frase em destaque é muito conhecida no meio cristão, é a primeira declaração confessional sobre o cristianismo, e essa confissão começa declarando uma fé; Deus Criador dos céus e da terra. Seria estranho falar de Cristianismo sem falar da redenção de Jesus Cristo, mas pode ser mais estranho ainda falar sobre a redenção sem falar da criação, a qual foi o palco da redenção onde Cristo, nosso Senhor, morreu. No entanto, as partes que mostram o “Ele disse” (Gn 1.3, 6, 9, 11, 14, 20, 24, 26, 29; 2.18)¹ é o ato soberano de Deus em criar todas as coisas por intermédio de seu comando. Como um Soberano, Ele dá as ordens e a criação obedece, pois a Sua palavra não volta vazia e faz aquilo que lhe apraz (Is 55.10-11), é o que nos mostra o salmista: 


Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo espírito da sua boca. Ele ajunta as águas do mar como num montão; põe os abismos em depósitos. Tema toda a terra ao Senhor; temam-no todos os moradores do mundo. Porque falou, e foi feito; mandou, e logo apareceu” (Sl 33.6-9). 


Louvem o nome do Senhor, pois mandou, e logo foram criados. E os confirmou eternamente para sempre, e lhes deu um decreto que não ultrapassarão” (Sl 148.5-6). 


Não obstante, aquele por quem Deus cria todas as coisas (Cl 1.16) é o mesmo que fez com que todas as coisas fossem criadas. Em João 1.1 nos mostra que Cristo estava no princípio, que a Palavra estava com Deus e que a Palavra era Deus. Portanto, as ordens soberanas de Deus na criação, as quais faziam com que todas as coisas viessem à existência, era Cristo, por intermédio de Deus, criando todas as coisas, porque Cristo é a Palavra de Deus. E Cristo mostra isso em seu ministério terreno proferindo palavra de ordens como um soberano sobre a criação, acalmando as ondas do mar (Mc 4.35-41) e para produzir cura (Lc 7.1-10). 


E, assim, como Deus fez todas as coisas por intermédio de Sua palavra, e Cristo mostra a sua autoridade por intermédio de sua palavra, é a Palavra de Deus que faz com que tenhamos fé (Rm 10.17) e que a nossa alma seja refrigerada (Sl 19.7), além do mais, Paulo compara a nossa salvação como o ato criador de Deus de chamar a luz das trevas (2Co 4.6; Gn 1.3). 


Sendo assim, crer que Deus criou os céus e a terra não é só uma maneira de combater o evolucionismo, mas mostrar em quê a nossa cosmovisão está baseada no ato soberano e pactual de Deus e na revelação do Redentor desde o princípio.


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Nota: [1] KAISER, Walter C. Jr. O plano da promessa de Deus: Teologia bíblica do Antigo e Novo Testamentos. São Paulo: Ed. Vida Nova, 2011, p. 35 


sábado, 22 de agosto de 2015

A condenação eterna.






Aqui está um assunto que poucos evitam. Falar sobre a vida eterna com Deus e de todos os seus benefícios, parece ser mais encorajador do que falar sobre a condenação eterna, reservada para os que rejeitam a Cristo. Porém, pretendemos que ao ler este texto, se veja encorajado à seguir os passos de Jesus, pois somente Ele pode te reconciliar com o Pai e te livrar desta terrível condenação.

Antes de tudo, precisamos compreender que a natureza de Deus é perfeitamente justa e santa e que, por não tolerar o pecado pune os que vivem na sua prática. Seria imprudente obscurecermos esta verdade nas Escrituras.


1. A realidade. É certo que alguns tentam negar a realidade dessa futura condenação, argumentando à favor da virtude do amor de Deus, como se ele negasse qualquer ação contra o que lhe é ofensivo. Esses ensinam que um Deus amoroso nunca condenaria pessoas para um eterno tormento. Porém, o amor e a justiça estão unidos na Pessoa de Jesus, salvando os crentes e condenando os incrédulos (Mt 3:11-12, 25:46; 2 Pd 2:9). Deus é amor (1 Jo 4:8), mas o amor não é Deus. Ele condena os pecadores e tal juízo revela o perfeito caráter justo e santo do Seu ser (2 Ts 1:6-10).


2. O estado. As Escrituras indubitavelmente não apenas admitem a realidade dessa condenação, como também a descreve claramente, como um estado da existência humana, sob profundas e intermináveis angústias (ranger de dentes, Mt 25:30). Também, como banimento da presença de Deus (Mt 25:41), onde há densas trevas (Mt 25:30). A ideia transmitida por esta fria realidade tenebrosa, não é meramente de um lugar sem luz, mas de tristeza, de melancolia, de horrível opressão (2 Pd 2:17; Jd 13), semelhante a um confinamento. Não há qualquer sinal de bondade, de amor, de prazer ou de alegria, pois não existe qualquer relação com a fonte Divina.


3. O lugar. As Escrituras descrevem que os incrédulos são destinados para um lugar onde sofrem esses eternos flagelos da ira de Deus. A descrição mais conhecida é do inferno (tartaroó, 2 Pd 2:4), tendo referência a “morte” (seol, Sl 16:10; hades, At 2:27), como indicação de uma sepultura espiritual e profunda (Pv 5:5, 9:18, 15:26). O inferno é claramente um lugar para castigo (Sl 9:17), abismos de trevas (2 Pd 2:4), onde há tormentos eternos (Lc 16:23) e apodrecimento (Mt 10:28). Lugar de penalidade irrevogável (2 Ts 1:9), onde o choro é interminável (Mt 13:42 e 50), onde o fogo é inextinguível (Mc 9:43) e o verme não morre (Mc 9:44). Os crentes estão sujeitos ao sofrimento desta vida terrena, e este é o motivo do seu choro, mas Deus lhes enxugará toda lágrima na vinda de Jesus (Sl 30:5; Jr 31:16; Ap 7:17); porém, os incrédulos lamentarão por toda a eternidade. Mais terrível lugar que este é o que a Escritura chama “lago de fogo” (Ap 20:14), onde o próprio inferno e o diabo serão lançados, no dia em que Jesus voltar para julgar os incrédulos e rebeldes (Ap 20:15). As nossas palavras são incapazes para descreverem quão profundo sofrimento está reservado, para estes, neste lugar, onde o clamor não é ouvido e não é previsto perdão!


Como devemos lidar com estas verdades das Escrituras? Primeiramente, crendo em Jesus como o nosso único e suficiente Salvador (Sl 102:18-22; Lc 12:8-9; At 4:12) dessa terrível condenação, a qual justamente recebemos por nossos pecados (Rm 3:21-26). Em segundo lugar, advertindo esta geração, pregando a Cristo como Salvador, para que creia Nele e se arrependa dos seus pecados, a fim de que todos os que crerem, sejam salvos da condenação eterna.


Que Deus encha os nossos corações de temor, para nos convertermos dos nossos maus caminhos e vivermos uma vida dedicada à Sua vontade.

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Autor: Rev. Ericson Martins
Fonte: Reflexões e Cotidiano


terça-feira, 18 de agosto de 2015

Desmoronamento da Doutrina Unicista.



 


                a) O Monarquianismo Modalista. Uma leve variação do Monarquianismo (doutrina antitrinitária que se desenvolveu no segundo e terceiro séculos), o Monarquianismo Modalismo afirma que Deus se manifestou em três formas diferentes durante a História. De acordo com esta visão, desde que Deus é uma entidade única, não dividida em Três Pessoas como o Cristianismo ensina. Segundo os modalistas, Ele primeiro se manifestou como Pai, ou Criador. Na Encarnação, tornou-se Filho. E, como o Espírito Santo, é Santificador, Mestre e Consolador da Igreja. O Monarquianismo foi considerada uma seita herética, porque falhou em fazer a distinção entre a essência única da Divindade e as Três Pessoas da Trindade.[2]

Exame Bíblico
              A Bíblia ensina que existe um só Deus (Dt 6.4; 2Sm 7.22; Sl 86.10; Is 44.6; 1Co 8.4; Gl 3.20), quer dizer, uma só natureza ou essência; porém, nessa mesma essência, porquanto a unidade do Senhor é composta, e não absoluta, há Três Pessoas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo (Mt 28.19). A Escritura testifica que o Pai é Deus (1Pd 1.2), o Filho é Deus (Jo 20.28; 1Jo 5.20) e o Espírito Santo é Deus (At 5.3,4), isto é — embora sejam Três Pessoas distintas, todas partilham (participam) de uma única essência ou natureza. Cada uma das Três Pessoas possui atributos da Divindade, pois são unidas em uma só essência, na plenitude de Deus: * Onipotência (2Cr 20.6; Mt 28.18; Rm 15.13,19); * Onipresença (Am 9.2,3; Mt 18.20; Sl 139.7-10); * Onisciência (Is 42.9; Cl 2.2,3; 1Pd 1.11; Ez 11.5); * Eternidade (Sl 90.2; Mq 5.2; Hb 9.14).
                O termo Trindade significa simplesmente “triunidade”. Deus não é uma unidade simples; há pluralidade na sua unidade. A Trindade é um dos grandes mistérios da fé cristã. Embora a palavra Trindade não apareça na Bíblia, isto não faz diferença, uma vez que seu conceito é claramente ensinado nela. Nem a palavra “Bíblia” aparece nas Escrituras, entretanto, o Cristianismo crê que a Bíblia — do grego biblos=livros santos, pelo latim medieval bíblia, é a palavra que, por volta do século II d.C., os primitivos cristãos usavam a fim de designar sua coleção de livros inspirados pelo Altíssimo, ou seja, as Escrituras Sagradas, a Palavra de Deus.
              A Trindade não é a crença de que Deus é Três Pessoas e apenas Uma Pessoa amo mesmo tempo e no mesmo sentido. Isso seria uma contradição. Pelo contrário, é a crença de que há Três Pessoas em uma natureza (ou uma essência).
         Afirmar que Deus tem uma essência e Três Pessoas quer dizer que Ele tem Um “Algo” e Três “Alguéns”. Os Três “Alguéns” (Pessoas) compartilham o mesmo Algo (essência ou natureza). Assim, Deus é uma unidade de essência com pluralidade de Pessoas. Cada Pessoa é diferente, mas todas compartilham, a saber, participam unanimemente de uma natureza comum.[3]  

A Trindade é anterior ao Concílio de Niceia. A palavra Trindade trata-se de um termo teológico, usado pela primeira vez no século II por Teófilo de Antioquia e popularizado por Tertuliano.[4] Mas que diremos dos cristãos primitivos? Muito antes do concílio de Niceia tratar especificamente da questão, em 325 d.C., veja as citações dos primitivos cristãos, em que eles criam:

·         “Os cristãos adoram o Pai, o Filho e o Espírito Santo”.
·         “Pois Deus apenas é sem pecado; e só um homem sem pecado é Cristo,
o que indica que Cristo é também Deus”.
·         “De tudo o que aprendemos da Pessoa do Espírito Santo era de tal
autoridade e dignidade que o batismo de salvação não era completo senão pela autoridade da mais excelente Trindade, isto é, em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo...
·         “Oro pela sua felicidade para sempre ao nosso Deus, Jesus Cristo”.
·         “Perfeito Deus e perfeito homem”.[5]

A Trindade não é origem do paganismo. A doutrina cristã da Trindade não tem origem pagã. As religiões pagãs eram panteístas (tudo é Deus, e Deus é Tudo) e politeístas (adoravam vários deuses), mas os trinitários são monoteístas (adoram Um só Deus — o único e o verdadeiro, Jo 17.3). Os trinitários são são triteístas que acreditam em três deuses separados; eles são monoteístas que acreditam num Deus manifestos em Três Pessoas distintas.[6]
               Em suma, a Trindade Divina é provada em toda a Bíblia:
·         A Trindade é revelada na criação do homem (Gn 1.26 comp. Ne 9.6; Jo 1.1-3; Jó 33.4);
·         A Trindade presente na queda do homem (Gn 3.22);
·         A Trindade operando na confusão das línguas (Gn 11.7);
·         O uso da palavra hebraica echad — único (em port.) — que denota uma unidade composta, e não absoluta; isto é, mais de uma Pessoa na mesma essência (Dt 6.4 comp. Gn 2.24);
·         Os ensinamentos do rei Agur, a revelar o Filho de Deus (Pv 30.4);
·         A Trindade na visão de Isaías (Is 6.1,3,8-10 comp. Jo 12.39-41; At 28.25-27);
·         O diálogo divino das Três Pessoas Divinas nos Salmos, que usou a
forma plural (Sl 110.1 comp. Mc 12.36);
·         A Trindade na bênção sacerdotal (Nm 6.24-26 comp. 2Co 13.13);
·         A Trindade no batismo de Jesus (Mt 3.16,17);
·         A Trindade na fórmula batismal (Mt 28.19);
·         A Trindade na distribuição dos dons (1Co 12.4-6);
·         A Trindade na unidade da Igreja (Ef 4.4-6);
·         A Trindade na bênção apostólica (2Co 13.13);
·         A Trindade na saudação de Pedro (1Pd 1.2);
·         A Trindade na admoestação da Epístola de Judas (Jd vv.20,21).

               b) Sabélio, um caso bem antigo. Sabélio é o mais famoso representante do modalismo, ou unicismo. Ele viveu em 230 d.C. e foi um ardente defensor dessa doutrina, além de refiná-la. Para ele, Deus assumira três fases ou manifestações, mas não três pessoas. A doutrina sabeliana acabou desenvolvendo o patripassionismo, ensino que asseverava que os sofrimentos do Deus-Filho recaía necessariamente sobre o Deus-Pai. Sabélio usava a palavra “pessoa” para cada Pessoa da Divindade. Mas, para ele, pessoa tinha o sentido de máscara ou de manifestações diferentes de uma mesma Pessoa Divina. O Pai, o Filho e o Espírito Santo são nomes de três estágios ou fases diferentes. Deus era o Pai na criação e na promulgação da lei, Filho na encarnação e Espírito Santo na regeneração.[7]

Exame Bíblico
          As Escrituras são abundantemente claras e mostram que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são Pessoas distintas. Por exemplo, está claro que Jesus não é o Pai, pois o Pai enviou o Filho (Jo 6.57; Gl 4.4). O Pai e o Filho se amam (Jo 3.35). O Pai e o Filho falam um com o outro (Jo 11.41,42). O Pai conhece o Filho, e o Filho conhece o Pai (Mt 11.27). Jesus é o nosso advogado junto ao Pai (1Jo 2.1). O Pai deu testemunho do Filho (Jo 8.16,17). O Pai selou, honrou, glorificou e ensinou o Filho (Jo 6.27; 8.54; 12.27,28; 8.28). O Pai ungiu, deleitou-se, ouviu, ofereceu e se satisfez no Filho (Jo 3.34; Mt 3.17; 26.53; Rm 8.32; Jo 8.29). Além do mais, está claro que Jesus não é o Espírito Santo, pois foi dito que o Espírito Santo é outro Consolador (Jo 14.16). Jesus e o Pai enviaram o Espírito Santo (Jo 15.26). O Espírito Santo desceu dias após a glorificação de Jesus, nas alturas (Jo 7.39,40; At 2.33). O Espírito Santo procura glorificar Jesus (Jo 16.13,14). O Espírito Santo desceu sobre Jesus (Lc 3.22). Quem blasfemar contra o Filho obtém perdão, porém quem blasfemar contra o Espírito Santo nunca receberá perdão (Mt 12.31,32). Nem o Pai é o Espírito Santo, pois o Pai enviou o Santo Espírito (Jo 14.16; 15.26). E o Espírito intercede por nós junto ao Pai (Rm 8.26,27). Estêvão cheio do Espírito Santo (At 7.55) viu o Filho à destra do Pai (At 7.56).[8]  

Textos usados pelos unicistas. Todas as seitas pinçam a Bíblia aqui e ali em busca de subsídios para consubstanciar suas heresias e assim poderem dar às suas doutrinas uma roupagem bíblica.
·         Isaías 9.6 — A expressão “Pai da eternidade” (Is 9.6) não afirma que o Filho seja o Deus-Pai. Ele é Pai de algo, nesse caso, da eternidade, visto que, dela, é o Senhor, a fonte, a origem, tendo em Si mesmo o direito de concedê-la por Sua morte e ressurreição (Jo 6.40,47,68; 1Jo 5.11,12,20; Rm 5.21; Hb 5.9). Assim Ele pode dar a vida eterna aos que nEle crêem (Hb 7.25). Jesus é o Filho do Pai, e ponto final (2Jo v.3; Pv 30.4).
·         João 10.30 — Costumam citar João 10.30: “Eu e o Pai somos um”.
Contudo, no grego, esse texto é Ego kai ho pater hen esmen. Essa passagem prova que Jesus é Deus absoluto igual ao Pai, e não a mesma Pessoa do Pai. “Um”, no grego, nesse versículo, está no neutro — hen — e não no masculino (heis), e mostra assim duas pessoas numa só Divindade (essência ou natureza). Além disso, o verbo está no plural “somos”, e não no singular “sou”. Portanto, Pai e Filho não são a mesma Pessoa. O Espírito Santo é assunto registrado em outras passagens, principalmente nos capítulos 14,15 e 16 de João. Ele é “outro” — quer dizer, diferente ou distinto (do que já foi mencionado) — Consolador (Jo 14.16).
·         João 14.8 e 9 — Jesus disse a Filipe: “Quem me vê a mim vê o Pai” (Jo
14.8,9). Isso foi usado pelo próprio Sabélio para consubstanciar o seu unicismo. Esta passagem, como a de João 10.30, é ainda hoje usada pelos modernos sabelianistas para justificar a sua falsa doutrina, O versículo seguinte destrói completamente os argumentos sabelianistas: “As palavras que eu vos digo, não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras” (v. 10).[9]
             A doutrina de Sabélio (que continuou nos modalistas de hoje) é estúpida e ignorante, e possui a capacidade limitada de entender a Palavra, ou seus adeptos “têm olhos para ver e não vêem, e tem ouvidos para ouvir e não ouvem; porque eles são casa rebelde” (Ez 12.2).

         c) As seitas modalistas da atualidade. Sob a mesma ótica do Modalismo antigo, há denominações, hoje, que apregoam que existe uma só Pessoa na Divindade, e Esta é Jesus, para eles, cujo se manifestou em três diferentes modos da História, negando, assim, a doutrina da Trindade. Sob essa mesma bandeira de Sabélio, e por assim crerem, acresceram-lhe meramente o batismo de seus adeptos apenas “em nome de Jesus”. Decerto, tais igrejas são seitas heréticas que profanam a natureza de Deus e o mandamento deixado por Jesus, dentre as quais: Igreja Voz da Verdade (que tem um conjunto que possui o mesmo nome), Tabernáculo da Fé, Igreja Pentecostal Unida do Brasil, Igreja Pentecostal Apostólica, Só Jesus, Testemunhas de Yehoshua, etc.


domingo, 16 de agosto de 2015

E sereis como Deus.




 
Nenhuma promessa poderia ser mais tentadora ao homem que aquela feita pela serpente em Gn 3:5. O desejo que levou o homem a cometer o primeiro pecado continua presente, e talvez como jamais, no ser humano. Na cena de Gênesis, "ser como Deus" implicava conhecer o bem e o mal, isto é, ter pleno conhecimento.

As formas desse anseio de se materializar nas ambições humanas podem até ter mudado, mas possuem a mesma raiz: o desejo de ser como Deus. Especulando a respeito da natureza divina, poderíamos dizer que nenhum outro ser no universo é pleno, satisfeito em si mesmo, como Deus. A Bíblia nos ensina que o homem somente encontrará sua plenitude em Deus (Jr 2:13, Mt 6:33). Mesmo assim, é comum vermos cristãos cedendo à tentação da serpente.


As redes sociais estão repletas de desabafos disfarçados de conselhos de autoajuda que têm como temas centrais duas palavras-chave: sucesso e felicidade. São palavras tão atrativas quanto perigosas, pois facilmente desviam a nossa atenção de quem de fato deve estar no centro de nossas vidas: Deus, não nós mesmos.


É preocupante, contudo, vermos que tantos cristãos compartilham da diabólica ideia da autossatisfação a ponto de repassarem receituários com frases de efeito e dicas infalíveis para alcançar o sucesso e a felicidade. São textos belos, muitos deles bem elaborados, convincentes e, por que não, com boas doses de verdade. Mas no momento em que trazemos essas receitas para o centro de nossas vidas, desviamo-nos do foco, e caímos na artimanha da serpente que vive em nossos corações (Jr 17:9). Em resumo: nós nos bastamos!


Essa busca frenética e obstinada pela felicidade e sucesso na vida reflete apenas a tentativa disfarçada de autorrealização que estamos fazendo para sermos como Deus, porém não no sentido de seus imitadores. Quando a busca pelo sucesso e felicidade passa a tomar conta de nossos compartilhamentos e curtidas, ela toma o espaço que deveria estar destinado ao que de fato somos: miseráveis pecadores (Rm 7:24) destituídos da glória de Deus (Rm 3:23), que somente em Cristo são mais que vencedores.


Lamentavelmente, a vitória de Cristo na cruz foi transformada em metáfora para um vida material bem sucedida financeiramente e repleta de realizações pessoais que nada tem a ver com o Reino de Deus. Infelizmente, a moda dos selfs não está restrita às fotografias, mas traduz o modus vivendi desta geração de adoradores de si mesmos.


Cristão, entenda de uma vez: você não está nesse mundo caído para correr atrás do sucesso, nem para buscar a felicidade. Cristo consumou seu ministério ao ser cravado em uma cruz, exatamente o oposto do que o mundo julga como sucesso e felicidade. Sucesso para o cristão é imitar a Cristo, e felicidade vem quando se busca o Reino de Deus em primeiro lugar. Isso não e apenas um mandamento, é uma verdade.

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Autor: Renato César
Divulgação: Bereianos


quinta-feira, 6 de agosto de 2015

A Santíssima Trindade.





A doutrina a trindade é uma das doutrinas fundamentais da fé Cristã, pois trata da revelação do Deus único e verdadeiro contido nas escrituras na qual Ele é revelado ou manifestado em três pessoas distintas, Pai, Filho e Espírito Santo, sendo que estas pessoas não são três deuses, mas são um só Deus. Esta doutrina é de difícil compreensão uma vez que não há escritos específicos na bíblia que tratam diretamente sobre a trindade, no entanto, as escrituras revelam claramente as características e atributos de Deus revelados nas três pessoas da trindade santa, o que nos conduz a formação e confirmação da existência desta doutrina.

Foi deste modo que pais da igreja, como Tertuliano (sec.III), autor desta palavra “trindade”, encontraram nas escrituras a revelação de Deus em três pessoas distintas lançando os fundamentos desta importante doutrina cristã que , assim como eles no passado, deve ser crida e defendida pela cristandade de nossos dias, já que se trata da revelação da pessoa de Deus e, portanto, rege toda nossa vida de piedade e culto a Deus.
A rejeição desta doutrina lança por terra um dos alicerces do cristianismo, fazendo com que a revelação da escritura seja rejeitada e a doutrina de Deus bem como seus propósitos e obras não possam mais ser compreendidas como revelado nas sagradas escrituras conduzindo ao erro e a heresia.

DEFINIÇÃO E BASE BÍBLICA

Definição de Wayne Gruden – Deus existe eternamente como três pessoas – Pai, Filho e Espírito Santo – e cada pessoa é plenamente Deus, e existe só um Deus.

Definição da confissão de fé batista londrina de 1689 (cap.2)- Neste ser divino e infinito há três pessoas: o Pai, a Palavra (ou Filho) e o Espírito Santo; de uma mesma substância, igual poder e eternidade, possuindo cada uma inteira essência divina, que é indivisível. O Pai, de ninguém é gerado ou procedente; o Filho é gerado eternamente do Pai; o Espírito Santo procede do Pai e do Filho, eternamente; todos infinitos e sem princípio de existência. Portanto, um só Deus; que não deve ser divido em seu ser ou natureza, mas, sim, distinguido pelas diversas propriedades peculiares e relativas, e relações pessoais. Essa doutrina da Trindade é o fundamento de toda a nossa comunhão com Deus e confortável dependência dEle.

A base bíblica para identificarmos e comprovarmos a existência desta doutrina encontra-se tanto no Novo testamento quanto no Antigo testamento, sendo que no novo a revelação encontra-se com maior clareza que no antigo, de qualquer maneira, a escritura testifica da existência do Deus trino como veremos a seguir:

A TRINDADE NO ANTIGO E NOVO TESTAMENTO

- Genesis 1:26 – “E disse Deus: façamos o homem a nossa imagem, conforme a nossa semelhança.” Temos neste texto a expressão “e disse Deus” como sendo uma única pessoa, ou seja, no singular, porém o que se segue são expressões de ação e de pronomes no plural, indicando mais de uma pessoa, neste caso o verbo “façamos” e o pronome “nossa”. Alguns sugerem que Deus poderia estar tratando com anjos no relato da criação, porém, os anjos não participaram da criação e nós humanos não fomos criados a imagem de anjos, mas de Deus.
Nesta mesma linha de interpretação, encontramos expressões semelhantes em textos como Genesis 3:22, 11:7 e Isaias 6:8, onde Deus fala utilizando a primeira pessoa do plural “nós”.
- Salmo 45:6-7 – Nestes versos a expressão Deus (heb. Elohim) é utilizada pelo salmista duas vezes indicando duas pessoas distintas com a mesma atribuição: “O teu trono ó Deus, perdurará para todo sempre... portanto Deus, o teu Deus te estabeleceu acima dos teus companheiros...” Este texto é interpretado no novo testamento pelo autor de Hebreus com se referindo ao Filho, Jesus Cristo (Hebreus 1:8 e 9).
De igual modo, no salmo 110:1 Davi usa a expressão “Senhor” duas vezes identificando pessoas distintas e esta passagem é claramente interpretada por Jesus em Mateus 22:44 como se referindo a Ele mesmo, o Cristo.
- Isaías 63:10 – Este texto trata do Espírito Santo do Senhor (VS.7) como um ser pessoal com sentimentos, neste caso tristeza. Isaias 61:1, como no texto anterior, identifica o Espírito do Senhor Deus como um ser distinto do “Senhor Deus”.
Outras passagens no antigo testamento que falam, por exemplo, do “Anjo do Senhor” apresentado como um ser pessoal e distinto “do Senhor” tem atribuições a ele como “Deus” ou “Senhor” se referindo a manifestações do próprio Filho, o Senhor Jesus. São estas passagens Gn 16:13, Ex 3:2-6, Jz 6:11 com 14, Jz 13:21 e 22.

Nos escritos do novo testamento, as três pessoas da trindade, Pai, Filho e Espírito Santo são encontradas de forma mais claras e distintas, com por exemplo :

- Mateus 3:16 e 17 – No batismo do Senhor Jesus são manifestos a João e testemunhas ali presentes as três pessoas em um evento sobrenatural.
- Mateus 28:19 – Nas últimas instruções, o Senhor comissiona os onze apóstolos a fazer discípulos batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Importante destacar que o batismo não é nos nomes (plural) mas no nome (singular) do Pai, Filho e Espírito demonstrando a unidade e deidade das três pessoas da trindade Santa.
- João 1:1 – Fala do verbo, Jesus (vs14) como estando no princípio e na criação com Deus, mostrando duas pessoas distintas, e no relato da criação em Genesis 1:1 e 2, temos a presença do Espírito de Deus.
- 2 Coríntios 13:13 – As três pessoas da trindade aparecem na benção apostólica.
Deste modo, fica claro de que as escrituras testemunham da existência de um único Deus verdadeiro que é revelado não em uma única pessoa, mas sim, três pessoas distintas.

CADA PESSOA É PLENAMENTE DEUS

Cabe agora identificarmos nas escrituras as atribuições divinas a cada uma destas pessoas:

O Pai é plenamente Deus – Deuteronômio 32:6 / Malaquias 1:6 / Isaias 63:16 / 64:8 / Mateus 6:9 / 6:26 / 27:46 / 1 Coríntios 8:6 / Efésios 1:3 / Hebreus 12:9 – Nestes textos temos a designação de Deus o Senhor, tanto no antigo quanto no novo testamento como ‘Pai”, “Pai” do povo de Israel e Pai celestial a qual Nosso Senhor, a segunda pessoa da trindade ,orava como Seu Deus e Seu Pai.

O Filho é plenamente Deus – Isaias 9:6 – Um dos nomes de Jesus é Deus forte e Pai da eternidade, revelando atributos de poder e infinitude no Filho de Deus.
- João 1:1-3 e 14 / O verbo estava com Deus e era Deus, não o Deus Pai, mas o Deus Filho conforme VS 14.
- João 20:28 – A confissão de Tomé descreve o Jesus como Senhor e Deus.
- Filipenses 2:5 e 6 – Jesus subsistia em forma de Deus e ao encarnar se limitou a natureza humana não querendo fazer uso de Suas prerrogativas divinas.
- Colossenses 2:9 – em Jesus habita corporalmente toda plenitude da divindade.

O Espírito Santo é plenamente Deus – Atos 5:3-4 – Pedro denuncia que Ananias havia mentido ao Espírito Santo que, segundo o texto, era Deus (v.4).
- Salmo 139:7-10 – Atributos de onipresença de Deus são também do Espírito Santo de Deus (v.7).
- 1 Coríntios 3:16 / 6:19 / 2 Coríntios 6:16 / Efésios 2:22– Somos o santuário de Deus, onde Ele habita por meio de Seu Santo Espírito que é divino.
Além destes textos, as escrituras revelam que o Espírito Santo é também um ser pessoal e não uma força ou influência ativa de caráter impessoal como querem alguns teólogos. Em diversas passagens das escrituras o Espírito Santo é revelado como consolador, ensinador, intercessor sendo estes atos de caráter pessoal e relacional, bem como ele é descrito como um ser que, assim como as outras pessoas da trindade, possui emoções tais como por exemplo tristeza.

Tendo visto nas escrituras a existência das três pessoas da trindade e tendo demonstrado descrições bíblicas que revelam a divindade de cada uma delas , precisamos lançar as bases bíblicas que revelam que estas três pessoas não são três deuses, mas um único Deus verdadeiro.

SÓ HÁ UM DEUS

As escrituras revelam claramente que só existe um Deus verdadeiro. As três pessoas da trindade são um só Deus em natureza de essência e unidade de propósito e concordância em suas obras e realizações. Algumas passagens são chaves para comprovar a existência de um só Deus, que eram à base da crença e do culto monoteísta do povo de Israel no antigo testamento, bem como, para o culto monoteísta dos cristãos na nova aliança.
- Deuteronômio 6:4-5- O Senhor Nosso Deus é o único Senhor.
- Isaias 45:5-6 / 45:21-22 – O Senhor é o único Deus e não há outro.
- 1 Coríntios 8:6 - Há um só Deus, o Pai, e um só Senhor Jesus Cristo. Este texto também revela a unidade do Pai e do Filho como o mesmo Deus e Senhor a luz dos textos acima do antigo testamento que revelam que só há um Senhor; Jesus disse em João 10:30 – Eu e o Pai somos um.
- 1 Timóteo 2:5 – Um só Deus e um só mediador, Jesus Cristo.
A unidade de Deus, revelado em três pessoas é fundamental para que os fundamentos do fé e culto monoteísta não sejam minadas, a fim de que o povo de Deus não incorra em idolatria, que é o culto dos pagãos que adoram a um deus ou deuses falsos.

CONCLUSÃO

Assim, as escrituras revelam claramente a existência de um único Deus que deve ser amado, honrado, cultuado e glorificado por nós, mas que este Deus, está revelado na pessoa do Pai, do Filho e do Espírito Santo, sendo que o culto genuíno e bíblico deve ser somente ao Deus trino, baseado na obra redentora do Filho que torna pecadores aceitáveis ao Pai, por intermédio do Espírito Santo que glorifica a Cristo e nos guia a toda verdade. Somente assim poderemos prestar um culto em Espírito e em verdade, ao único Deus que é digno de toda honra, toda glória e todo louvor.
Se esta doutrina fundamental do cristianismo for rejeitada, não resta mais sacrifício eterno e eficaz para perdão dos pecados, não resta mais iluminação e convicção na verdade e o culto a Deus não será possível visto que não tem mais fundamento nas escrituras. Neste caso outro deus, um deus falso e enganoso inventado pelo homem estará sendo adorado, o que torna este culto em idolatria, que é condenável diante do Deus único e verdadeiro, o qual um dia, julgará e condenará todos os idólatras os quais não tem parte no reino dos céus.
Que o Senhor preserve Sua igreja eleita fiel às escrituras e livre da heresia e do engano para que o Senhor continue encontrando em nós verdadeiros adoradores, que adoram o Pai em Espírito e em Verdade. Amém !

SOLI DEO GLORIA

Bibliografia :
- Wayne Gruden – Teologia sistemática / Edições Vida Nova
- Confissão de fé Batista de 1689
- Escola Teológica Charles H. Spurgeon / Aulas Prof. Antonio Neto