O que gostaria de fazer agora é tentar me aproximar do
cerne daquilo que fez este homem notável e daquilo que o fez grande. Acredito
que o Senhor quer que sejamos inspirados por este homem de uma profunda forma
pessoal e espiritual. Parece que esta é a forma que ele tocou tanto as pessoas
– como J.I. Packer e Sinclair Ferguson.
Acredito que as palavras dele que nos trazem mais próximos
do coração e do objetivo de sua vida são encontradas no prefácio do pequeno
livro A Mortificação do Pecado nos Crentes, que foi baseado nos sermões
pregados aos estudantes e à comunidade acadêmica em Oxford:
Espero que eu possa possuir em sinceridade que o meu
desejo de coração para com Deus, e o principal desígnio de minha vida.... é,
que a mortificação e a santidade universal possam ser promovidas no meu e nos
corações e caminhos dos outros, para a glória de Deus, a fim de que o Evangelho
de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo possa ser adornado em todas as coisas.
Isto foi em 1656. Owen tinha 40 anos de idade. Vinte e
cinco anos depois ele ainda estava tocando a mesma nota em suas pregações e
escritos. Em 1681, ele publicou The Grace and Duty of Being Spiritually Minded
[A Graça e o Dever de Ser Espiritualmente Orientado].
Sinclair Ferguson está provavelmente correto quando diz
“Tudo que ele escreveu a seus contemporâneos têm um objetivo prático e pastoral
em vista – a promoção da verdadeira vida cristã”– em outras palavras, a
mortificação do pecado e o avanço da santidade.
Este foi seu encargo não somente para as igrejas, mas
também para a Universidade, quando estava lá. Peter Toon diz: “A ênfase
especial de Owen era insistir que o inteiro currículo acadêmico deveria ser
imerso em pregação, catecismo e oração. Ele queria que os graduados de Oxford
não somente fossem proficientes em Artes e Ciências, mas que também aspirassem
à piedade.”
Mesmo em suas mensagens políticas – os sermões ao
Parlamento – o tema era repetidamente santidade. Ele baseou isto na linha de
pensamento do Antigo Testamento – que “o povo de Israel estava nas melhores
condições quando seus líderes eram piedosos.”
Portanto, o ponto principal dele era que o legislativo
deveria ser composto por pessoas santas. Sua preocupação de que o Evangelho se
espalhasse e fosse adornado com santidade não era apenas um encargo para sua
terra natal, a Inglaterra. Quando ele voltou para a Irlanda em 1650, onde viu
as forças inglesas, sob as ordens de Cromwell, dizimar a Irlanda, ele pregou no
Parlamento e clamou por outro tipo de guerra:
“Como Jesus Cristo pode estar na Irlanda apenas como um
leão que mancha suas vestes com o sangue dos seus inimigos; e ninguém o
sustenta como um Cordeiro que derramou Seu próprio sangue por seus amigos?...
Isto é lidar corretamente com o Senhor Jesus? – chamá-lo para a batalha e
tirar-lhe a coroa? Deus foi fiel convosco ao fazer grandes coisas por vocês;
sejam fiéis nisto – dêem o seu máximo pela pregação do Evangelho na Irlanda”.
De seus próprios escritos, e do testemunho de outros,
parece justo dizer que o objetivo da santidade pessoal em toda a vida, e a
mortificação de todo pecado conhecido, foi o trabalho não somente de seus
ensinamentos, mas de sua própria vida pessoal também.
David Clarkson, seu associado pastoral nos anos finais do
ministério de Owen, dirigiu o seu funeral. Nele, ele disse: Uma grande luz se
apagou; uma de eminência pela santidade, conhecimento, qualidades e
habilidades; um pastor, um erudito, um santo de primeira magnitude; a santidade
deu um resplender divino às suas outras realizações, ela brilhou em todo o seu
curso, e foi difundida através de toda a sua conversação.
John Stoughton disse que “Sua piedade igualou-se a sua
erudição”. Thomans Chalmers da Escócia comenta em On Nature, Power, Deceit, and
Prevalence of Indwelling Sin in Believers [Sobre a Natureza, Poder, Engano e
Prevalência do Pecado Interior nos Crentes]: “É mais importante ser instruído
neste assunto por alguém que alcançou tais patamares em santidade, e cujo
conhecimento profundo e experimental da vida espiritual o capacitou tão bem a
detalhar sua natureza e operações”.
John Piper
Fonte
- O Calvinista – 17/08/2014
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